Condenação da Turquia no Tribunal de Direitos Humanos agrada ao Chipre
Nicósia, 12 mai (EFE).- O governo do Chipre mostrou nesta segunda-feira sua satisfação pela decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos de condenar a Turquia a uma indenização de 90 milhões de euros aos familiares de desaparecidos greco-cipriotas durante a intervenção militar turca de 1974 e por danos morais.
Em comunicado, as autoridades cipriotas avaliaram positivamente a decisão judicial, mas assinalaram que “as perseguições e as dificuldades sofridas não podem ser calculadas em dinheiro”.
“O governo do Chipre cumprimenta o fato de o tribunal condenar desta forma mais uma vez as violações dos direitos humanos dos residentes do enclave (da península de Karpas) e sua tentativa de modificar o caráter demográfico dos territórios ocupados”, indicou a nota.
Na península de Karpas, na República do Norte do Chipre, só reconhecida pela Turquia, vivem atualmente 500 greco-cipriotas (dos 162 mil habitantes de antes da invasão turca de 1974), aos quais a corte de Estrasburgo estabeleceu uma indenização de 60 milhões de euros em danos morais.
Os outros 30 milhões foram definidos pelo tribunal como indenização aos familiares dos 1.456 cipriotas desaparecidos durante a intervenção militar turca.
Além disso, o executivo cipriota expressou seu desejo de que a Turquia tome medidas para deter a desapropriação de propriedades greco-cipriotas no norte da ilha e também que pague indenizações pendentes já ordenadas pelo tribunal.
Já a Turquia anunciou que não acatará a sentença do Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo.
A questão do Chipre remonta a 1974, quando o exército turco ocupou a parte norte da ilha -em resposta a um golpe de Estado greco-cipriota que pretendia unificar a ilha com a Grécia – e em 1983 esta parte ao norte se autoproclamou República Turca do Norte do Chipre (RTNC), só reconhecida internacionalmente pela Turquia. EFE
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