Confiança da indústria na economia atinge pior nível desde abril de 2009

  • Por Agencia EFE
  • 29/07/2014 12h26

Rio de Janeiro, 29 jul (EFE).- A confiança dos industriais na economia brasileira caiu em julho pelo sétimo mês consecutivo para o pior nível desde abril de 2009, quando o país começou a sentir os efeitos da crise financeira internacional, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas.

O índice que mede a confiança dos industriais caiu 3,2% no último mês, de 87,2 pontos em junho para 84,4 em julho, de acordo com a pesquisa, realizada com mil de empresas mensalmente.

O nível não era tão baixo desde os 82,2 pontos medidos em abril de 2009, segundo a Fundação Getúlio Vargas, instituição para a qual “o resultado de julho acende uma luz amarela em relação à situação do país no terceiro trimestre”.

O índice de julho é 15,6% inferior ao medido no mesmo mês do ano passado e está muito abaixo da média dos últimos 60 meses (105,2 pontos).

Segundo a FGV, que considera resultados satisfatórios os acima dos 100 pontos, o índice de confiança reflete principalmente a disposição dos industriais de realizar ou não investimentos nos próximos meses.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em um relatório conjuntural divulgado na semana passada, reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano de 1,8% previstos há três meses até 1% calculado em julho.

A forte revisão para baixo obedeceu ao cálculo de que a produção industrial brasileira sofrerá este ano uma retração de 0,5%. Até abril a expectativa era de crescimento de 1,7% na produção das fábricas em 2014.

Para os industriais, uma das principais causas da desaceleração da economia brasileira é a inflação, que, segundo as projeções, terminará o ano em 6,6%, acima do teto da meta estabelecida pelo governo (6,5%).

“A inflação permanentemente elevada provoca o aumento dos juros e, conseqüentemente, a retração do crédito nos bancos privados. A menor liquidez conduz ao progressivo enfraquecimento tanto do consumo das famílias como do investimento das empresas”, segundo a CNI.

A produção industrial acumulou nos primeiros cinco meses do ano uma retração de 1,6%, atribuída pela CNI à redução da demanda interna, a retração das exportações para a Argentina, o encarecimento do capital de giro, o aumento do custo das tarifas elétricas e à falta de confiança dos empresários. EFE

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