Conflito no Iêmen causou mais de 1,4 mil mortes em menos de dois meses

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h06

Genebra, 12 mai (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta terça-feira que mais de 1.400 pessoas morreram e seis mil ficaram feridas no Iêmen desde o fim de março, quando o conflito aumentou com a intervenção armada de uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.

Uma trégua humanitária de cinco dias estava prevista para as 11h locais (5h em Brasília), segundo uma iniciativa saudita que foi aceita pelos rebeldes houthis.

Várias agências humanitárias da ONU comunicaram em Genebra que se preparam para enviar rapidamente ajuda à população do Iêmen. A trégua “deve permitir que se desenvolvam operações humanitárias de urgência e é essencial que todas as partes a respeitem”, declarou o porta-voz do Escritório da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville.

Segundo o representante da ONU, a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita deve permitir a entrada de combustível para que a ajuda humanitária chegue onde é necessária.

Segundo informações verificadas por especialistas da ONU em direitos humanos, a última semana foi particularmente violenta e metade das vítimas civis morreram em ataques aéreos, principalmente na região de Saada. Outras das principais causas de morte foram mísseis e disparos de franco-atiradores.

Colville relatou um episódio do conflito em que “dezenas de pessoas que fugiam dos confrontos no distrito de Al Tawahi, em Áden, embarcaram em botes rumo ao Djibuti, mas foram bombardeados aparentemente por membros dos comitês populares filiados aos houthis”.

Com o início da trégua estipulada, a OMS informou que tem preparadas 11 toneladas de equipamentos médicos variados que planeja transportar de seus depósitos em Sana e Áden a hospitais de lugares onde não podia chegar devido aos combates.

O porta-voz da organização, Tariq Jasevic, disse que a situação dos hospitais no Iêmen é crítica tanto pela falta de abastecimento como de combustível, com alguns estabelecimentos que optaram por fechar as salas de cirurgia e de terapia intensiva para economizar energia e utilizá-la no atendimento de feridos.

O Programa Mundial de Alimentos, a maior agência humanitária da ONU, informou que tem preparadas porções alimentícias de emergência para 750 mil pessoas em zonas de conflito. Além disso, durante a trégua, deve distribuir produtos especiais para 25 mil crianças menores de cinco anos, assim como para mulheres grávidas. A taxa de desnutrição no Iêmen é uma das mais elevadas do mundo.

Perguntado sobre a vontade manifestada pela Arábia Saudita de negociar a ajuda para o Iêmen, um porta-voz do Escritório de Ajuda Humanitária da ONU lembrou nesta terça-feira que a comunidade internacional delegou essa tarefa a esta organização.

A Arábia Saudita prometeu financiar quase a totalidade dos US$ 274 milhões pedidos pela ONU para a ajuda de emergência ao Iêmen. EFE

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