Conflitos entre soldados indianos e paquistaneses matam 1 criança na Caxemira

Nova Délhi/Islamabad, 3 jan (EFE).- Os enfrentamentos entre a Índia e o Paquistão na fronteira da dividida região da Caxemira causaram neste sábado a morte de uma menina paquistanesa e deixaram outros seis feridos no lado indiano, informaram fontes oficiais.

O fogo cruzado entre militares dos dois países vizinhos ocorreu durante a madrugada nos distritos indianos de Samba e Kathua. Ambas as partes trocam acusações de quem provocou o incidente, o segundo com vítimas mortais na última semana.

O serviço comunicação do Exército do Paquistão (ISPR) informou em comunicado que uma menina de 13 anos morreu por causa de disparos “não provocados” por parte dos militares indianos e que outra criança, de 8 anos, ficou ferida.

“Os soldados paquistaneses responderam de forma apropriada ao fogo indiano”, indicou a nota.

Por outro lado, fontes da polícia da Índia disseram à agência local “Ians” que seis civis ficaram feridos em consequência da “agressão” paquistanesa que começou na noite de ontem e se estendeu até a madrugada de hoje.

“Dois civis sofreram ferimentos graves e foram levados a um hospital de Jammu”, disse um porta-voz policial que preferiu não ser identificado.

Ainda de acordo com a “Ians”, várias famílias que vivem perto da fronteira fugiram com medo do Exército paquistanês.

O novo incidente ocorreu depois de na última quarta-feira um soldado indiano e outros quatro paquistaneses terem morrido após conflitos semelhantes na Caxemira.

São os dois principais enfrentamentos registrados desde outubro, quando a troca de tiros deixou oito indianos mortos e 60 feridos. Pelo lado paquistanês foram 12 mortes de civis e 43 pessoas feridas.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar atividades terroristas em seu território, como o atentado na metrópole de Mumbai, em 2008, que deixou 166 vítimas, e de apoiar a insurgência na Caxemira.

Aos pés do Himalaia, a Caxemira é a única região da Índia com maioria muçulmana. O Paquistão reivindica a completa soberania da região desde a partilha do subcontinente, realizada em 1947 por critérios religiosos. EFE