Conflitos internacionais agitam debate de líderes mundiais na ONU

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h23

Pilar Valero.

Nações Unidas, 23 set (EFE).- Vários conflitos internacionais vão agitar o debate anual de líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU, que certificará que os riscos para a estabilidade internacional vêm se multiplicando.

Os discursos de mais de 100 chefes de Estado e de governo e ministros de 193 países se sucederão na tribuna da ONU a partir desta quarta-feira, em um contexto de crise política e econômica em praticamente todos os cantos do planeta.

A ameaça do jihadismo radical no Iraque e na Síria, o alerta pela expansão do ebola na África Ocidental, as negociações nucleares com o Irã, a crise da Ucrânia e o frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza são alguns dos temas principais.

Além disso, a estagnação da economia mundial preocupa, pois acrescenta incerteza, assim como muitos outros conflitos nacionais com projeção internacional.

Os países emergentes, entre eles os latino-americanos, insistirão na reforma da ONU e, concretamente, do Conselho de Segurança, para distribuir melhor as parcelas de poder, ainda nas mãos dos mesmos cinco países desde o final da Segunda Guerra Mundial: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta terça-feira que o mundo está enfrentando múltiplas crises e que a resposta para esses conflitos gerou fortes divisões na comunidade internacional.

Por isso, antecipou que pedirá aos líderes mundiais respeito aos princípios da Carta da ONU.

A presidente Dilma Rousseff abrirá os debates amanhã, já que o Brasil é o primeiro país a discursar por tradição. Logo após Dilma, será a vez dos presidentes dos Estados Unidos, o país anfitrião, e de Uganda, que preside a Assembleia neste ano.

Também discursarão amanhã os chefes de Estado de Espanha, Chile, França, México, Argentina, Turquia, Bolívia, República Dominicana, Costa Rica, Honduras, Venezuela e Reino Unido, entre outros.

Não comparecerão à ONU os presidentes de Rússia, China e Índia, nem a chanceler alemã.

O presidente da Autoridade Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, falará na ONU na próxima sexta-feira para pedir apoio para sua iniciativa de estabelecer uma data fixa para a retirada israelense da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, no prazo máximo de três anos.

A resposta de Israel poderá acontecer na mesma tribuna na próxima segunda-feira, durante a intervenção do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

Em paralelo aos discursos no plenário da ONU, que se prolongarão até a terça-feira da semana que vem, acontecerão outras reuniões para tratar de temas específicos, além de centenas de encontros bilaterais entre os chefes de Estado e de governo.

Além disso, o secretário-geral da ONU pediu aos líderes mundiais que “mobilizem uma resposta excepcional para deter o avanço do vírus ebola, tratar os afetados e prevenir surtos em outros países”, explicou seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

O presidente dos EUA, Barack Obama, país que atualmente ocupa a presidência do Conselho de Segurança, convocou uma reunião do principal órgão de decisões da ONU com o interesse de ampliar a resposta internacional para combater a ameaça de jihadistas estrangeiros no Iraque e na Síria.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reúnem hoje, à margem da Cúpula do Clima, enquanto os chanceleres ibero-americanos também terão um café da manhã de trabalho na quinta-feira para preparar a Cúpula de Veracruz, que acontece no México em dezembro.

Em frente ao edifício da ONU, no centro de Manhattan, são esperados vários protestos durante toda a semana contra alguns líderes participantes, mas que eles não poderão ver, nem ouvir, devido às enormes medidas de segurança que cercam a sede da organização internacional, protegida por cercas metálicas nas ruas adjacentes e centenas de policiais. EFE

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