Confronto entre jovens e polícia termina com 2 feridos e 15 presos no México

  • Por Agencia EFE
  • 21/11/2014 00h21
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(Atualiza com dados sobre feridos e prisões).

México, 20 nov (EFE).- Dois policiais ficaram feridos e 15 jovens foram presos após confrontos nesta quinta-feira entre as tropas antidistúrbios e estudantes encapuzados nas imediações do Aeroporto Internacional da Cidade do México.

Os agentes tentaram bloquear a passagem do grupo em uma avenida de acesso ao terminal e, durante alguns minutos, chegaram até mesmo a perseguir os jovens, que responderam com o lançamento de coquetéis molotov, rojões e pedras para tentar dispertar os policiais.

Desde o início da manhã, os estudantes tentaram chegar ao aeroporto para bloqueá-lo, como parte das manifestações de solidariedade aos 43 jovens que desapareceram há quase dois meses na cidade de Iguala, com participação de policiais.

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Jesús Rodríguez Almeida, chamou os ativistas de anarquistas e afirmou que a polícia interveio para evitar uma tragédia. Segundo ele, dois agentes sofreram queimaduras por causa dos coquetéis molotov.

Além disso, duas viaturas da promotoria da capital mexicana foram queimadas, indicou o secretário, que condenou os manifestantes que promoveram a violência e a desordem pública.

Depois da intervenção das forças de segurança, os estudantes foram rumo à Praça das Três Culturas, ponto de encontro de um dos três grandes protestos convocados para exigir justiça no caso dos 43 desaparecidos e o fim da violência no México.

“Esse é um momento de saturação, a situação já não é sustentável. O sangue está por todos os lados, o país está infestado de corpos”, disse à Agência Efe uma universitária que participou do movimento.

Edifícios públicos e bancos do centro da capital amanheceram protegidos com cercas metálicas após a confirmação de que as manifestações ocorreriam hoje.

As autoridades realizaram uma série de operações de vigilância, segurança e controle viário nas áreas afetadas pela mobilização.

Esta foi a quarta rodada de manifestações para exigir o retorno dos 43 jovens que desapareceram em 26 de setembro, após de uma série de ataques ordenados pelo então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, nos quais morreram seis pessoas e outras 25 ficaram feridas.

Segundo a investigação oficial, os jovens foram detidos por policiais locais e entregues ao cartel “Guerreros Unidos”, que se encarregou de assassiná-los e incinerar os corpos para não deixar rastros. Eles acreditaram que os estudantes eram membros do grupo rival “Os Vermelhos”.

Os restos mortais encontrados pelas autoridades estão sendo analisados em um laboratório da Áustria. Os familiares e amigos dos desaparecidos disseram que não acreditarão nesta versão até que tenham provas científicas avalizadas por especialistas internacionais. EFE

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