Confrontos com a polícia deixam dois manifestantes mortos no Burundi

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 15h28

Bujumbura, 7 mai (EFE).- Duas pessoas morreram nesta quinta-feira em confrontos com a polícia na capital do Burundi, Bujumbura, durante os protestos contra a decisão do presidente, Pierre Nkurunziza, de prolongar o mandato, informaram à Agência Efe fontes da Cruz Vermelha.

Segundo testemunhas, a polícia abriu fogo contra os manifestantes que estavam concentrados no distrito de Kinama, um dos que registraram os maiores protestos.

As manifestações, iniciadas há dez dias, se intensificaram nesta e em outras regiões da capital depois que Nkurunziza confirmou na quarta-feira a candidatura a um terceiro mandato nas eleições de junho e prometeu que não voltaria a concorrer em caso de vitória.

Os distúrbios começaram no dia 26 de abril, quando o partido governante divulgou a candidatura de Nkuruniza. Desde então, pelo menos 10 pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas.

Além disso, cerca de 35 mil cidadãos fugiram para Ruanda, Tanzânia e República Democrática do Congo, de acordo os últimos números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

O Tribunal Constitucional do Burundi autorizou na terça-feira a candidatura de Nkurunziza, com a qual tentará o terceiro mandato presidencial, decisão que foi criticada pela oposição.

A candidatura do líder hutu gerou temor entre grandes setores da população burundinesa, que há menos de uma década saiu de uma guerra civil (1993-2005) entre os dois principais grupos étnicos do país – hutus e tutsis – e afundou a economia nacional.

Após a independência da Bélgica em 1962, Burundi viveu dois episódios classificados como genocídios: o massacre de hutus pelo exército dominado por tutsis em 1972, e o assassinato em massa de tutsis por hutus em 1993.

Agora, são membros da oposição e famílias tutsis que começam a deixar o país após informações sobre a distribuição de armas às milícias de jovens pró-governo. EFE

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