Confrontos durante protestos islamitas no Egito deixam dois mortos
(Atualiza com uma nova vítima).
Cairo, 7 fev (EFE).- Pelo menos duas pessoas morreram e 13 ficaram feridas em confrontos durante os protestos convocados nesta sexta-feira no Egito pelos islamitas a favor do ex-presidente Mohammed Mursi, derrubado por um golpe de Estado em 3 de julho de 2013, informou em comunicado o Ministério da Saúde.
Uma das vítimas fatais, identificado como Khaled Ibrahim, de 40 anos, morreu durante uma manifestação na cidade de Al Fayum, no sul do Cairo, segundo a agência estatal de notícias “Mena”, que não informou as causas da morte.
Nessa região quatro pessoas foram baleadas e sete foram presas pelas forças de segurança, que dispersaram várias manifestações.
Choques entre manifestantes e forças de segurança provocaram a morte de um adolescente de 14 anos, identificado como Yousef Taha, e ferimentos em outras cinco na cidade de Delga, na província de Minia, no sul do país.
Os agentes antidistúrbios reprimiram com gás lacrimogêneo os manifestantes no bairro de Cidade Nasser, no leste do Cairo , e em Guizé, no oeste.
Também aconteceram choques em Alexandria, onde os islamitas denunciaram que três pessoas foram feridas pela polícia, e em outros pontos da capital os manifestantes se enfrentaram com partidários do exército com pedras e coquetéis molotov.
Os seguidores de Mursi cantaram palavras de ordem contra o ministro da Defesa, Abdelfatah al Sisi, e a favor do líder deposto, que está preso e enfrenta vários processos.
A Coalizão para a Defesa da Legitimidade, liderada pela Irmandade Muçulmana, convocou nesta sexta uma nova semana de protestos sob o lema “O povo faz sua revolução” com o objetivo de “derrubar o golpe de Estado”.
Esta campanha coincide com o terceiro aniversário da revolução que explodiu em 25 de janeiro de 2011 em meio a Primavera Árabe e que provocou a queda do então presidente Hosni Mubarak semanas depois.
As autoridades continuam perseguindo a Irmandade Muçulmana, declarada pelo governo “grupo terrorista”, e hoje prenderam 14 membros por supostamente incitar à violência em várias cidades, informou em comunicado o Ministério do Interior.
Pelo menos seis policiais egípcios ficaram feridos hoje na explosão de duas bombas caseiras colocadas sobre uma ponte na capital contra uma patrulha de segurança.
O primeiro-ministro egípcio, Hazem al Beblawi, condenou o ataque e declarou que “essas ações terroristas não prejudicarão a segurança do país nem impedirão que os egípcios deem seus passos rumo ao futuro”, em alusão ao plano de transição traçado pelos militares após a cassação de Mursi. EFE
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