Confrontos na capital do Burundi deixam 11 mortos
Bujumbura, 1 jul (EFE).- Pelo menos 11 pessoas, cinco policiais e seis civis, morreram nesta quarta-feira em uma nova jornada de enfrentamentos em Bujumbura, que segue imersa na crise política provocada pela intenção do presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, de tentar um terceiro mandato.
Segundo moradores que conversaram com a Agência Efe, os enfrentamentos começaram no início da manhã no subúrbio de Cibitoki, com a morte de um policial atingido por uma granada lançada por desconhecidos.
Imediatamente depois, as forças de segurança agiram em represália e houve uma troca de tiros. Várias explosões foram ouvidas, e os agentes entraram em casa por casa em busca de armas.
O administrador municipal de Cibitoki, Emmanuel Niyongabo, explicou à Efe que as pessoas que atacaram os agentes estão “muito bem organizadas e armadas” e não possuem nenhum vínculo com os manifestantes que protestam contra o presidente do Burundi.
Apesar de vários moradores contatados pela Efe terem afirmado que pelo menos 11 pessoas morreram nos confrontos, as autoridades não quiseram se pronunciar e bloquearam o acesso dos jornalistas à região.
A celebração do dia da independência do Burundi passou hoje quase despercebida no país, imerso em contínuos episódios de violência e uma grave crise política que surgiu no final de abril, após o presidente, Pierre Nkurunziza, anunciar que concorreria a um terceiro mandato, mesmo proibido pela Constituição.
Sua decisão gerou uma onda de manifestações que causou dezenas de mortes e provocou uma tentativa de golpe dos militares contra Nkurunziza. A comunidade internacional pediu que ele não convoque eleições até que a situação tenha se normalizado.
Apesar da rejeição internacional e do boicote da oposição, o Burundi realizou na segunda-feira eleições legislativas e municipais, cujos resultados finais serão conhecidos na sexta-feira, detalhou a comissão eleitoral.
O calendário eleitoral fixado pelo governo também prevê a realização de eleição presidencial no próximo dia 15 de julho.
Nos últimos meses, cerca de 100 mil pessoas fugiram do Burundi com medo da repressão política e buscaram refúgio em Ruanda, Tanzânia e na República Democrática do Congo, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE
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