Congresso instala CPI mista para investigar Petrobras

Brasília, 28 mai (EFE).- A Câmara dos Deputados e o Senado instalaram nesta quarta-feira uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para investigar a Petrobras, que da mesma forma que a anterior, que funciona apenas na Câmara, será dominada pela base governista.

Essa nova CPI foi criada a pedido da oposição, que ficou insatisfeita com a primeira, por estar quase totalmente controlada por partidos ligados ao governo, que têm grande maioria no Senado.

Da mesma forma que a outra, que seguirá em paralelo, a comissão instalada hoje terá um prazo inicial de 180 dias para sua investigação e se centrará na aquisição da refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, e em instalações similares no Japão, duas operações da Petrobras com suspeitas de corrupção.

Também será averiguada a construção de plataformas marítimas e outros negócios supostamente dolosos, assim como a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em que a Petrobras tinha uma sociedade com a companhia petrolífera venezuelana PDVSA, que finalmente desistiu de participar do negócio.

O prazo fixado para a investigação, segundo admitiram fontes parlamentares, certamente será prorrogado por outros 180 dias, já que o país virtualmente irá parar entre 12 de junho e 13 de julho, período da Copa do Mundo.

A nova comissão é integrada por 16 deputados e 16 senadores e, da mesma forma que a outra, também é dominada pelo governo, embora com uma maior representação opositora.

O presidente da nova CPI será o senador Vital do Rego, do PMDB que já dirige a primeira comissão criada em torno de Petrobras; o relator será o deputado Marco Maia, do PT.

O deputado José Mendonça, do DEM, alertou que essa formação tentará impedir que a comissão suspenda seus trabalhos durante o recesso parlamentar por conta da Copa.

“Esta comissão não pode parar”, declarou Mendonça, que afirmou que o DEM está disposto a obstruir toda a pauta parlamentar com mecanismos previstos no regulamento a fim de garantir que assim seja. EFE