Conscientização sobre AIDS não deve ser tabu, diz diretora do UNAIDS

  • Por Jovem Pan
  • 14/07/2015 17h28
Syringe and a world of blood Folhapress AIDS

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) divulgou nesta terça-feira (14) um relatório que mostra que o objetivo mundial de alcançar 15 milhões de pessoas em tratamento para o HIV para deter e reverter a propagação do vírus foi alcançado nove meses antes do prazo.

Em entrevista a Jovem Pan, a diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga Orillard, afirmou que a meta foi cumprida, no entanto, ela destacou a situação do Brasil no que diz respeito ao vírus. “O Brasil teve uma resposta mais cedo à epidemia. Colocou mais de 400 mil pessoas em tratamento. O Brasil está vendo uma nova onda nas pessoas mais jovens, por ter começado mais cedo. Os jovens que não viram a epidemia de 30 anos atrás estão se infectando e chegando ao tratamento muito tarde”, explicou.

Para Orillard, o jovem de hoje tem mais acesso à informação do que os jovens de 30 anos trás, “mas tem menos ferramentas para entender essa informação”. Segundo ela, há uma defasagem para o tratamento do assunto nas escolas e na família. Ela ressaltou que é necessáiro menos tabu e menos preconceito para tratar do tema.

“Jovem deve ter o poder de decidir e utilizar o preservativo ou utilizar outros métodos disponíveis. Teste deve ser parte de uma rotina e não um tabu. (…) Teste vai evitar que a pessoa tenha uma queda na qualidade de vida e evita que esta pessoa transmita o vírus”, disse a diretora da UNAIDS.

O relatório intitulado de “Como a AIDS mudou tudo – ODM 6: 15 anos, 15 lições de esperança da resposta à AIDS” demonstra que, no mundo, o número de novas infecções por HIV diminui 35% entre 2000 e 2014 e as mortes relacionadas à AIDS reduzidas em 41%, no mesmo período. A resposta global ao HIV evitou 30 milhões de novas infecções pelo vírus e cerca de 8 milhões (7.8 milhões) de mortes relacionadas à AIDS desde 2000, ano em que os ODM foram estabelecidos, segundo informou o relatório.

Clube do carimbo

Orllard destacou que o grupo formado por oprtadores do vírus e que o transmitem de forma proposital é muito pequeno. “Temos que lembrar que isso é uma pessoa que sabia que estava infectada, mas temos 150 mil pessoas no Brasil que estão infectadas e não conhecem seu estado sorológico”, alertou.

Segundo ela, o Clube do Carimbo traz uma carga muito grande de discriminação para as pessoas que vivem com o HIV, que é de cerca de 730 mil pessoas apenas no Brasil.

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