Conselho Atlântico reúne-se hoje para tratar situação na Ucrânia e Crimeia

  • Por Agencia EFE
  • 02/03/2014 08h03

Bruxelas, 2 mar (EFE).- O Conselho do Atlântico Norte, a mais alta autoridade da Otan, reúne-se neste domingo em Bruxelas para coordenar sua posição em relação à Ucrânia e à presença militar russa na região autônoma ucraniana da Crimeia.

A reunião, que será em nível de embaixadores e está previsto que comece a partir das 9h (de Brasília), será seguida de outra da Comissão OTAN-Ucrânia, que foi solicitada pelo ministro das Relações Exteriores ucraniano, Serguei Deshchiritsya, disseram hoje à Agência Efe fontes da Aliança.

O secretário-geral da Otan, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, considera que a situação nessa ex-república soviética “é grave” e nos últimos dias destacou a Moscou que “deve respeitar a soberania da Ucrânia, sua integridade territorial e suas fronteiras, incluindo os movimentos das forças russas na Ucrânia”.

Rasmussen também insistiu que “é preciso diminuir o nível das tensões” nessa região.

Nas últimas horas e desde que o presidente russo, Vladimir Putin, obteve a autorização do Senado para enviar tropas para a estabilização da Crimeia, de população de origem russa, as tensões aumentaram.

Em Kiev, o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia (CDSN), Andrei Parubi, anunciou que o Ministério da Defesa mobilizou os reservistas e ordenou aos comandantes militares pôr em estado de alerta de combate suas unidades perante essa intervenção militar russa na península da Crimeia.

Os embaixadores aliados se reunirão ao término do Conselho Atlântico com a Comissão da Aliança e Ucrânia, o fórum de consultas responsável por abordar os assuntos de segurança comum entre ambas partes, acrescentaram as fontes.

A Comissão OTAN-Ucrânia, estabelecida em julho de 1997, é o órgão responsável de desenvolver as relações entre as duas partes e também de consultas entre os aliados e Kiev em assuntos de segurança de preocupação comum.

A situação dessa região preocupa especialmente a Polônia, aliada e vizinha da Ucrânia, que no sábado reivindicou o respeito da integridade territorial da Ucrânia e exigiu “o fim dos movimentos de tropas provocadoras” nessa região ucraniana.

O ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, que viajou em várias ocasiões a Kiev nas últimas semanas, assinalou no Twitter que tinha pedido uma reunião da Otan em nível ministerial na próxima semana para tratar a situação ucraniana.

O presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, declarou no sábado que seu país “poderia sentir a ameaça perante uma potencial intervenção militar russa” no país vizinho.

Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) realizarão também na segunda-feira em Bruxelas uma reunião extraordinária para abordar a crise.

A reunião dos 28 membros do bloco foi convocada de urgência neste sábado pela chefe da política Externa e de Segurança Comum comunitária, Catherine Ashton, “para discutir a resposta da UE a estes desenvolvimentos”, segundo um comunicado.

“Lamento a decisão por parte da Rússia no uso das forças armadas da Ucrânia. Trata-se de uma escalada injustificada das tensões”, disse Ashton. EFE

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