Conselho de Segurança da ONU sanciona ex-presidente do Iêmen

  • Por Agencia EFE
  • 07/11/2014 21h58

Nações Unidas, 7 nov (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta sexta-feira sanções contra o ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, e dois líderes rebeldes houthis por ameaçar a paz e segurança e dificultar a transição política no país.

Saleh, Abd al Khalid al Huti e Abdullah Yahya al Haqim ficarão assim sujeitos a uma proibição de viagem no mundo todo e verão congelados seus ativos econômicos.

A decisão foi anunciada pela delegação da Lituânia perante a ONU, cuja embaixadora preside o comitê de sanções para o Iêmen.

As sanções, estipuladas pelos 15 membros do Conselho de Segurança, foram uma proposta dos Estados Unidos, que transferiu seus argumentos em carta ao Conselho datada de 31 de outubro.

Segundo Washington, Saleh está dando apoio ao movimento rebelde xiita dos houthis para tentar desestabilizar o país e provocar a queda do atual presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi.

Além disso, os EUA lembraram que analistas da ONU denunciaram que Saleh usa o braço local da Al Qaeda para realizar assassinatos e debilitar o apoio ao presidente.

As sanções são anunciadas precisamente no mesmo dia em que Hadi anunciou a formação de um novo governo que será liderado pelo primeiro-ministro de consenso Khaled Mahfuz Bahah.

O novo Executivo não conta com nenhum membro do movimento xiita dos houthis, que anunciaram recentemente sua decisão de ceder seus assentos a representantes dos movimentos do sul do país.

A escolha de um novo governo e a de um primeiro-ministro de consenso tinha sido estipulada em 21 de setembro pelo presidente e os rebeldes houthis, depois que estes tomaram o controle de várias instalações vitais da capital.

Apesar dos houthis terem assinado o acordo de paz, que estipulava também a retirada de seus milicianos da capital e outras cidades para a formação deste governo de consenso, o movimento xiita continuou se expandido pelo país e pôs as autoridades em xeque.

A pressão desse movimento para uma mudança governamental já motivou a renúncia do gabinete anterior liderado por Mohammed Salem Basandawa.

As turbulências políticas no Iêmen se sucederam desde que explodiram em 2011 os protestos contra Saleh, que cedeu o poder em fevereiro de 2012 a Hadi.

O país também foi palco em várias ocasiões de atentados da rede terrorista Al Qaeda, que reivindicou entre outros o ataque do último mês de outubro contra simpatizantes dos houthis, que causou 47 mortes na capital. EFE

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