Conselho de Segurança respalda e exige respeito a acordo de paz na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 17/02/2015 22h48

Mauro Villar.

Nações Unidas, 17 fev (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU deu nesta terça-feira seu respaldo aos acordos de paz firmados em Minsk, exigiu o fim imediato da violência na Ucrânia e respeito ao cessar-fogo em vigor no leste do país desde domingo.

Os 15 membros do principal órgão de decisão das Nações Unidas se uniram para aprovar por unanimidade uma resolução proposta pela Rússia, na qual estava expresso o apoio a uma solução pacífica e negociada ao conflito.

O texto “respalda” as medidas estipuladas em Minsk no último dia 12 de fevereiro e elogia os compromissos para implementar o pacto feito pelos líderes de Ucrânia, Rússia, França e Alemanha.

O Conselho de Segurança exigiu que as partes cumpram com os acordos e, especialmente, respeitem o cessar-fogo.

Antes de aprovar a resolução, os membros do Conselho de Segurança divulgaram um comunicado no qual lamentaram que, apesar da trégua em vigor, a violência tenha prosseguido em algumas regiões do leste da Ucrânia.

Eles destacaram preocupação especial quanto aos combates no entorno da cidade de Debaltsevo e pediram que tropas governamentais e rebeldes pró-Rússia “cessem imediatamente as hostilidades”.

O governo do presidente Petro Poroshenko acusou hoje a Rússia e os separatistas de descumprir os acordos de paz, incluindo a trégua, ao lançar uma ofensiva contra a cidade, um importante entroncamento ferroviário entre Donetsk e Lugansk.

“Infelizmente, nem a Rússia nem as chamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk cumprem os acordos firmados em Minsk”, denunciou Valeri Chali, chefe da Administração Presidencial da Ucrânia, em entrevista coletiva.

Apesar de ter realizado dezenas de encontros desde o início da crise, o Conselho de Segurança quase não discutiu o problema. Uma única resolução foi aprovada em julho do ano passado, quando ocorreu a tragédia do voo MH-17 da Malaysia Airlines.

No documento aprovado hoje foi incluído um parágrafo que reafirma a “soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia”, uma reivindicação habitual do Ocidente, que critica a atuação russa em algumas regiões da Ucrânia, especialmente na Crimeia.

Apesar do consenso conseguido no Conselho de Segurança, a divisão entre a Rússia e as potências ocidentais voltou a aparecer. A embaixadora americana, Samantha Power, considerou como “irônica” que Moscou apoiasse uma resolução em favor de uma solução pacífica para o conflito, quando tem sido responsável por “manufaturar” a violência no país.

“A Rússia fala de paz e depois alimenta o conflito, assina acordos e depois faz tudo o que pode para miná-los. A Rússia promove a independência dos rebeldes e depois atua como se as fronteiras dos vizinhos não existissem”, criticou Samantha.

Em resposta, o diplomata russo Vitaly Churkin se mostrou “decepcionado” por esse e outros discursos que, segundo sua opinião, caem na “retórica habitual” e são, em algumas ocasiões, ofensivos.

Churkin defendeu que a Rússia sempre desejou a paz na Ucrânia e afirmou que após o “esforço diplomático sem precedentes de Minsk há uma oportunidade” para pôr fim à crise.

Vários países, entre eles o Reino Unido, pediram que Moscou coloque suas palavras em prática, pedindo às autoridades russas para usar de sua “influência” para que os separatistas parem com a violência em Debaltsevo. EFE

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