Conservadores alemães buscam acabar com divergências sobre resgate grego

  • Por Agencia EFE
  • 14/07/2015 09h07
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Berlim, 14 jul (EFE).- O líder do grupo conservador do parlamento alemão, Volker Kauder, tenta convencer seus membros da solidez do compromisso firmado na segunda-feira para um terceiro pacote de resgate à Grécia, às vésperas da votação de sexta-feira no Bundestag e em meio às críticas ao acordo.

“O Bundestag (parlamento alemão) não votará sobre a abertura das negociações até que a Grécia tenha produzido os primeiros resultados”, disse Kauder nesta terça-feira, em entrevista à televisão pública “ARD”, em alusão às medidas que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, deve submeter amanhã a seu próprio parlamento.

O líder do grupo conservador – integrado pela União Democrata-Cristã (CDU) de Angela Merkel e pela União Social-Cristã da Baviera (CSU) – pediu ao Bundestag que conceda ao governo a permissão para abrir essas negociações, como base para o terceiro pacote de resgate da Grécia.

Trata-se da ativação de um autêntico “programa de reformas” que incluirá “mudanças estruturais”, insistiu Kauder, em referência à rejeição dos que o consideram um mero pacote de ajuda fadado ao fracasso, como ocorreu com os dois anteriores.

Vários deputados da CDU e da CSU anunciaram que votarão contra, entre eles Wolfgang Bosbach, um peso pesado do partido de Merkel que já se opôs às ajudas à Grécia anteriormente.

Embora o “sim” seja considerado certo, a previsão é que na votação do Bundestag poderiam surgir até cem votos contra ou abstenções de CDU e CSU – com 311 cadeiras -, e também há vozes críticas entre seu parceiro de coalizão, o Partido Social-Democrata (SPD), que tem 193 deputados.

Além disso aumentaram as críticas à gestão do ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, a quem o especialista em Finanças do SPD, Carsten Schneider, acusa de ter “isolado” a Alemanha com a dureza de sua polêmica proposta de um “Grexit” temporário durante cinco anos.

Schäuble divulgou com isso uma imagem de “dureza”, afirmou Schneider na emissora “ARD”, para acrescentar que tal postura delata que, no fundo, o ministro não quer manter a Grécia na zona do euro.

A expectativa é que os grupos parlamentares do Bundestag realizem diversas reuniões e votações internas na véspera do plenário, uma vez conhecida a resposta do parlamento grego aos compromissos adotados por Tsipras com o restante da zona do euro.

Na Alemanha é preceptivo que o governo submeta ao voto do parlamento o mandato para abrir a negociação de um resgate com o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

A coalizão de Merkel tem a maioria – 504 cadeiras, das 631 do Bundestag -, por isso é esperado que obtenha o apoio necessário, mas as cúpulas dos partidos que a integram querem evitar grandes desacordos.

Tanto Merkel, presidente da CDU, como o líder do SPD e vice-chanceler, Sigmar Gabriel, e o chefe da CSU bávara, Horst Seehofer, defenderam o acordo firmado em Bruxelas como uma solução sólida para a crise grega.

Segundo o que foi estipulado entre os líderes da zona do euro, o novo pacote de resgate para a Grécia chegará a 86 bilhões de euros e três anos de duração. EFE

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