Conservadores pedem extradição de Battisti na embaixada do Brasil em Roma

  • Por Agência EFE
  • 10/03/2015 17h14
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Membros do movimento político conservador Riva Destra pediram a extradição do ex-ativista de extrema esquerda Cesare Battisti, condenado na Itália por quatro assassinatos cometidos entre 1977 e 1979, em um protesto organizado em frente à embaixada do Brasil em Roma.

“Nos manifestamos mais uma vez para pedir que Cesare Battisti, esse assassino disfarçado de soldado político, volte à Itália para cumprir sua pena”, disse à Agência Efe o secretário-geral do movimento Riva Destra, Fabio Sabbatani Schiuma.

O protesto reuniu uma dezena de pessoas perto da representação diplomática brasileira. Eles levavam cartazes com mensagens como “Defendemos a Itália” e gritavam “Battisti assassino”.

“Pedimos que sejam respeitadas as leis italianas. Agora que o Brasil decidiu deportá-lo, não queremos que outros países, como o México, o acolham. Battisti é um assassino que deve ficar nas prisões italianas e não em Copacabana”, acrescentou.

A Justiça Federal ordenou no último dia 3 de março a deportação de Battisti, que fora membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), o grupo armado mais ativo durante a onda de violência que atingiu a Itália há quatro décadas.

A juíza Adverci Rates Mendes de Abreu, do Tribunal Federal de Brasília, considerou nula a decisão que concedeu visto permanente a Battisti no país porque o ex-ativista foi condenado por crimes dolosos, o que contraria a legislação imigração brasileira.

A magistrada determinou a deportação de Battisti à França ou ao México, países onde ele viveu após ter fugido da Itália, mas não solicitou a extradição ao país de origem para não se opor à decisão tomada em 2010 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Battisti foi preso em 2007 no Rio de Janeiro e julgado pelo Superior Tribunal Federal (STF), que em 2009 determinou sua extradição à Itália, mas deixou a decisão final nas mãos de Lula.

O ex-presidente resolveu permitir que Battisti ficasse no Brasil, causando tensões diplomáticas com a Itália. A decisão foi respaldada pelo STF dois anos mais tarde.

O ex-ativista foi julgado à revelia por um tribunal italiano que o considerou culpado pelos homicídios de dois policiais, um joalheiro e um açougueiro cometidos entre 1977 e 1979. Ele foi condenado à prisão perpétua pelos crimes.

Battisti sempre se declarou inocente e afirmou que o julgamento foi político, por isso decidiu fugir. Ele estava na França quando foi processado e acabou deixando o país quando o governo local se mostrou disposto a revogar sua condição de refugiado político para entregá-lo às autoridades italianas.

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