Conservadores vencem na Grécia, mas sofrem dura derrota nas grandes cidades
Andrés Mourenza.
Atenas, 25 mai (EFE).- O partido conservador Nova Democracia (ND), do primeiro-ministro Antonis Samaras, conseguiu vencer neste domingo o segundo turno das eleições regionais realizadas na Grécia, mas sofreu uma sonora derrota nas regiões mais povoadas e nas grandes cidades, onde os candidatos de esquerda, centro-esquerda e independentes triunfaram.
Em jogo estava a eleição dos prefeitos de 211 municípios (em outros 114 os candidatos venceram no primeiro turno ao obter mais de 50% dos votos) e os presidentes de 12 das 13 regiões da Grécia, já que em Épiro se declarou vencedor o candidato conservador do ND já no domingo passado.
Os conservadores conquistaram sete das 13 regiões da Grécia (até agora governavam em cinco); enquanto os candidatos independentes apoiados por seu parceiro de governo, o partido social-democrata Pasok, só conseguiram renovar seu mandato em duas das oitos regiões nas quais governava.
Na região de Ática, onde vive 40% da população grega, a luta pelo governo regional era muito ajustada e, com 37% dos votos apurados, vencia Rena Duru, candidata do principal partido da oposição, o esquerdista Syriza, contra o atual presidente, o social-democrata Yannis Sguros, mas por uma diferença de apenas 0,7%.
O Syriza, por outro lado, se impôs na região das Ilhas Jônicas com contundência frente ao candidato conservador (60% a 40%)
Na segunda região em importância, a Macedônia Central, o Nova Democracia também saiu perdedor ao enfrentar um dissidente da formação conservadora, Apostolos Tzitzikostas, que arrasou no segundo turno alcançando 70% dos votos.
Por outro lado, o partido de Samaras sofreu um duro golpe em nível local, já que não conseguiu a prefeitura de nenhuma das grandes cidades da Grécia.
Em Atenas, o atual prefeito, Yorgos Kaminis, apoiado pela centro-esquerda, se impôs em um disputado segundo turno sobre o candidato do Syriza, Gavriil Sakellaridis, que reconheceu sua derrota antes do término da apuração.
Em Salônica, o também prefeito Yannis Butaris, um independente de centro-esquerda, venceu confortavelmente o candidato do ND (58% a 42%).
“Os eleitores votaram para que Salônica siga sendo uma cidade aberta e alheia às discriminações”, afirmou em seu discurso triunfal o popular prefeito de Salônica, que em seu mandato enfrentou a poderosa Igreja grega e os neonazistas do Aurora Dourada.
Na importante cidade portuária de Pireo, o ND também fracassou, pois seu candidato e até agora prefeito não conseguiu vencer um independente, o vice-presidente do clube de futebol Olympiacos, Yannis Moralis, apoiado pelos torcedores e pela Igreja.
Em Patras venceu o candidato do ortodoxo Partido Comunista da Grécia (KKE), que aposta na saída da União Europeia e da Otan, frente a um independente de direita apoiado pelo ND.
Em Larissa, outra das cidades grandes da Grécia, o candidato do Syriza venceu um candidato direitista dissidente do partido de Samaras.
Em discurso da sede de seu partido, Samaras preferiu focar na baixa votação do Syriza eleições locais e regionais do que nos resultados do Nova Democracia.
“O Syriza fracassou praticamente em todos os lugares da Grécia. Só conseguiu duas das 13 regiões e poucas das 52 capitais (provinciais)”, afirmou o primeiro-ministro.
Por outro lado, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, evitou concentrar-se na pouca quantidade de prefeituras e regiões conseguidas para ressaltar o crescimento do partido, que nas últimas eleições locais e regionais não tinha alcançado uma só prefeitura e quase não superou 4% dos votos.
O líder da oposição grega, animado também por sua vitória nas paralelas eleições europeias, ressaltou que seu partido venceu “em vários dos grandes municípios” e na região de Ática, “a mais povoada do país”. EFE
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