Construção civil prevê cerca de 480 mil demissões em 2015, segundo presidente do SindusCon-SP

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2015 15h36
LUCAS LACAZ RUIZ/AE/AE Apesar da crise

A perspectiva de maiores demissões no setor industrial, não só por desaceleração de atividade, mas também em função da possibilidade de oneração da folha de pagamento, prevê grandes cortes ainda para este ano no setor de construção.

Em entrevista à Jovem Pan, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto afirmou que o setor emprega muita gente, mas que a perspectiva para este ano é de 480 mil demissões.

“A situação está muito grave. O Governo não está atento, não está sensibilizado. Já tivemos em 2014, 270 mil demissões e estamos com expectativa de 480 mil demissões para este ano. É um total de 750 mil demissões só no nosso setor”, explicou.

O Governo pensa na possibilidade de propor reduções de jornadas para as empresas, com um salário menor para tentar conseguir ajustar a produção à demanda. No entanto, no caso da construção, essa alternativa não funciona.

Segundo José Romeu, o Governo fez algumas medidas, favoráveis ao setor, como a redução do compulsório da caderneta de poupança, o destino de verbas do FGTS para a habitação entre outros. “Mas outras tão evidentes, como a oneração da nossa folha, não. A gente não consegue compreender como que pode ter essa insensibilidade, lembrando que o Governo é um dos maiores contratantes”.

O presidente do Sindicato afirmou ainda que não é a oneração que causará os desempregos. “É um contexto global que passa primeiro pela economia do país, refletindo no setor da construção. Isto é o principal problema que a gente tem. Oneração influi diretamente na saúde financeira das empresas que já estão bastante debilitadas.”

Para ele, há uma perspectiva de melhora para 2017 em função das medidas do Governo para uma tentativa de liberação de dinheiro da poupança para a área habitacional e promessas de mais uma fase do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Mas ele questionou: “o nosso maior problema é a sobrevivência da saúde financeira das empresas. O rol todo dividido elas são favoráveis, a gente acredita que o país vai voltar a crescer em 2017. A questão é quem sobreviverá a tudo isso até 2017?”.

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