Construtoras de trecho do Rodoanel estão na mira da Lava Jato

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/06/2016 09h11
Daniel Guimarães/Divulgação Governo do Estado Obras do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas (09/01/2008)

Responsáveis pelas obras de metade dos seis lotes do Trecho Norte do Rodoanel, as construtoras Mendes Júnior e OAS são alvo de investigação na Operação Lava Jato e já tiveram executivos condenados pela Justiça Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa no escândalo da Petrobrás.

Em novembro de 2015, o juiz Sérgio Moro impôs 19 anos e 4 meses de prisão a Sérgio Cunha Mendes, ex-vice-presidente da Mendes Júnior, pelo desvio de R$ 31,5 milhões em pagamentos de propina à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás. Em abril deste ano, a extinta Controladoria-Geral da União (CGU) declarou a Mendes Junior inidônea, deixando-a impedida de fazer contratos com qualquer instituição pública pelos próximos dois anos. Um mês antes, ela já havia entrado com pedido de recuperação judicial.

Já a cúpula da OAS foi condenada pela Justiça Federal, em agosto do ano passado, pelos mesmos crimes por contratos com a petrolífera. José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, e Agenor Medeiros, ex-diretor-presidente da área internacional, foram condenados a 16 anos e 4 meses de prisão. Pinheiro negocia com a Procuradoria-Geral da República (PGR) acordo de delação premiada.

Sobre as obras do Rodoanel, a OAS informou, em nota, que elas “vêm sendo realizadas com total empenho e comprometimento” e que “até o momento, o principal motivo do atraso foi a demora na liberação burocrática para início de algumas frentes de serviços em decorrência de desapropriações”.

A OAS informou que a principal dificuldade encontrada na escavação do túnel no lote 3 “está na restrição de horário para detonações e outras atividades”, ponderando que cumpre todas as etapas do plano de recuperação judicial e que “os projetos que executa vêm sendo entregues”. 

Procurada, a Mendes Júnior não se posicionou sobre a paralisação das obras e a ameaça de rompimento do contrato.

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