Contra extremismo, R.Unido obrigará líderes religiosos a falarem inglês
Londres, 23 mar (EFE).- O governo britânico combaterá o extremismo islâmico no Reino Unido por meio da promoção dos “valores” do país e obrigará os religiosos com funções pastorais a falarem inglês.
Essas são algumas das medidas apresentadas nesta segunda-feira pela ministra de Interior, Theresa May, como parte de um plano de luta contra o extremismo em geral e o islâmico em particular.
Em um discurso, May disse que “não se tolerará” a atitude dos radicais islâmicos que “rejeitam nossos valores”, e pediu o esforço de indivíduos e comunidades para lidar com o problema.
“Sempre sustentamos que a estratégia do governo para combater o extremismo deve buscar sua derrota em todas as suas formas, mas é óbvio que o extremismo mais estendido e grave ao qual devemos enfrentar é o extremismo islâmico”, recalcou a ministra em discurso no Real Instituto de Agrimensores, em Londres.
Entre as medidas do plano, o governo criará um escritório independente que avaliará se os órgãos comunitários que operam no país de acordo com a Sharia (lei islâmica) são compatíveis com a legislação britânica.
Muitos muçulmanos no Reino Unido recorrem a tribunais especiais para solucionar, por exemplo, separações conjugais.
O governo também lançará uma campanha para promover os “valores britânicos” e as forças da ordem terão mais poderes para investigar delitos relacionados à honra, mutilação genital feminina e casamentos forçados.
Além disso, os imigrantes que chegarem no país com permissões de estadia limitadas deverão assinar uma declaração na qual se comprometem a “respeitar os valores britânicos”.
Todos os “trabalhadores religiosos estrangeiros com responsabilidades pastorais” deverão falar inglês, se reduzirá o financiamento de serviços de tradução e será aumentada a verba destinada ao ensino do inglês.
May disse que “cada vez há mais provas” que demonstram que “um pequeno, embora significativo” número de pessoas que vivem no Reino Unido, “a maioria cidadãos britânicos, rejeitam nossos valores”.
No ano passado, a ministra da Educação britânica, Nicky Morgan, advertiu que seis colégios privados muçulmanos do leste de Londres seriam fechados se não mudassem seus métodos de ensino diante do risco de seus responsáveis estarem transmitindo aos alunos ideias extremistas.
As autoridades afirmaram que em um desses colégios investigados os alunos não distinguiam a diferença entre a Sharia e a lei britânica.
Nas últimas semanas, vários adolescentes britânicos foram detidos por tentar deixar o Reino Unido para se unir ao Estado Islâmico (EI), por isso vários setores da sociedade pressionam o governo britânico para que combata a radicalização dos mais jovens. EFE
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