Contra possível motim no Rio, Pezão reajusta salários em até 10,22%

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/02/2017 19h23
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Rio de Janeiro - Tropas da Polícia Militar circulam na Cidade de Deus nesta segunda-feira, após operação no final de semana que teve queda de helicóptero e pelo menos 11 mortes (Fernando Frazão/Agência Brasil) Fernando Frazão/ Agência Brasil Polícia Militar do Rio de Janeiro - Fernando Frazão/ Agência Brasil

Para evitar um possível motim na área de segurança, o governador do Rio Luiz Fernando Pezão garantiu o pagamento os salários dos servidores da segurança no próximo dia 14, com reajuste de até 10,22%. No pacote de ajuste fiscal para o Estado anunciado no fim do ano passado, o governo previa adiar o pagamento dos reajustes da categoria para 2020. 

Pezão conversou nesta quarta-feira, 8, com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, sobre a onda de rumores nas redes sociais a respeito de supostos movimentos para paralisar as atividades de policiais militares no Rio, a exemplo do que acontece no Espírito Santo. A ideia é acionar o setor de inteligência das Forças Armadas para tentar localizar as origens do que o governo chamou de “boatos” em nota. 

Na manhã desta quarta-feira Pezão se reuniu por cerca de três horas com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias, e o secretário de Segurança, Roberto Sá, para tratar do assunto e traçar a estratégia a ser adotada caso aconteça uma ação semelhante à registrada no Estado vizinho, onde o motim de policiais militares já entrou no quinto dia e a situação ainda é tensa. 

Em nota, o governo informa que Pezão confirmou que o Estado vai cumprir o calendário e pagar no décimo dia útil, em 14 de fevereiro, os salários de janeiro dos servidores ativos e inativos da área de segurança – policiais militares e civis, bombeiros, agentes penitenciários e demais funcionários das secretarias de Segurança e Administração Penitenciária e órgãos vinculados – e ativos da Educação. De acordo com o governador, os salários da segurança serão pagos com mais uma parcela do reajuste concedido em 2014. 

Pezão frisou que depende do acordo com o governo federal para normalizar os pagamentos das demais categorias. Nesta terça, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou em parecer que o pedido do governo fluminense para antecipar termos do acordo de recuperação fiscal firmado com a União seja indeferido. A Advocacia-Geral da União (AGU) e as áreas jurídicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal também foram contra a antecipação dos benefícios, que incluem a concessão de novo empréstimo de R$ 6,5 bilhões para que o Estado pague salários atrasados.

“A gente sabe o que representa a segurança pública para o Estado do Rio. Por isso, mantemos esse compromisso o tempo inteiro, mesmo com muita dificuldade. É uma situação muito difícil. Eu queria pagar todos os servidores em dia, mas eu dependo do acordo que a gente está fazendo com a União e da aprovação das medidas que vamos mandar para Assembleia Legislativa. Isso vai dar previsibilidade para colocar os salários em dia e todo mundo receber no mesmo dia”, afirmou Pezão.

Os servidores da segurança receberão o pagamento de janeiro com até 10,22% de aumento. O reajuste foi aprovado, em cinco parcelas, em 2014, pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e o Estado paga, na próxima terça-feira, 14, a terceira parcela para ativos e inativos. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros terão reajuste de 7,65%. Já para a Polícia Civil o porcentual será de 10,22%. Delegados da Polícia Civil terão os vencimentos reajustados em 3,3%. Inspetores de segurança e Administração Penitenciária receberão aumento de 3,24%.

Os reajustes foram instituídos pelas leis 6.840/2014, 6.833/2014 e 6.841/2014, respectivamente. As duas últimas parcelas serão pagas em 2018 e 2019, informou o governo.

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