Conversas com as Farc estão no centro do debate presidencial na Colômbia

  • Por Agencia EFE
  • 06/06/2014 04h57

Bogotá, 5 jun (EFE).- Os candidatos à Presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos e Óscar Iván Zuluaga, reafirmaram nesta quinta-feira suas posições antagônicas sobre os diálogos de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), durante um debate televisivo dentro da campanha para o segundo turno, que acontece no próximo dia 15.

“Estamos mudando a cultura do medo para uma cultura de paz”, disse Santos, candidato à reeleição, que destacou que as últimas negociações com as Farc, que começaram em novembro de 2012, em Cuba, conseguiram mais avanços do que em 46 anos de conflito.

Na opinião de Santos, candidato da coalizão União Nacional, a paz “vai trazer aos colombianos mais empregos, saúde e estradas”.

Seu concorrente Zuluaga, do Centro Democrático, tem o apoio do ex-chefe de Estado colombiano e senador eleito Álvaro Uribe (2002-2010), opositor ao governo de Santos e duro crítico do processo de paz.

Santos lembrou que “a paz se faz com o inimigo” e destacou que foi durante a sua administração que morreram os principais chefes guerrilheiros das Farc, assim como outros 50 importantes comandantes da guerrilha.

Em uma réplica a Zuluaga, Santos disse que o opositor “sabe pouco sobre paz” e acrescentou que o mesmo disse há poucos dias que, para ele, “não há conflito armado no país”, o que “mostra que ele não sabe do que está falando”.

Zuluaga voltou a bater na tecla de que a busca pela paz negociada deve ter condições e declarou que as Farc são o “maior cartel” de tráfico de drogas do mundo.

O candidato opositor questionou se seria “muito pedir” nas negociações de paz que as Farc “deixem de recrutar crianças, de instalar minas antipessoais, que deixem de matar policiais e militares”.

Para Zuluaga, o que “está em jogo é que tipo de paz querem os colombianos”, e o candidato enfatizou que “as Farc sempre enganaram o país”.

Apesar de Zuluaga não ter se comprometido a reconhecer os avanços dos diálogos de paz em Cuba, declarou que vai avaliar o que foi feito em Havana “para transmitir aos colombianos”, caso vença as eleições. EFE

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