Coordenador de programa contra o crack: tráfico tinha “ousadia fora do comum”
No último domingo (11), a polícia fez mais uma ação na cracolândia para tentar acabar com o problema do crack na cidade de São Paulo. O coordenador do programa estadual Recomeço, Ronaldo Laranjeira, vê com bons olhos as operações policiais que estão sendo feitas e a parceria de governo e prefeitura buscando sanar o problema. Segundo ele, a “ousadia” dos traficantes era muito grande.
“O tráfico tava num nível de ousadia fora do comum. (…) Nós temos uma grande tarefa que é de controlar o tráfico no centro da cidade, oferecer tratamento, moradia, estender a mão pra essa população vulnerável de usuários de crack na cidade de Sâo Paulo. (…) Está se oferecendo uma quantidade de serviços como nunca houve na cidade e no Estado de São Paulo”, contou o coordenador do programa Recomeço.
Sobre o tratamento dado a usuários de drogas em outros lugares do mundo, onde existem locais apropriados para o uso de droga, Laranjeira afirma que não funcionaria neste caso. Segundo ele, o método não pode ser usado para quem é viciado em crack.
“Talvez o grande erro que aconteça é que em outros lugares do mundo as drogas que foram permitidas em outros locais são os opiáceos, que são drogas que promovem uma certa sedação nas pessoas e elas têm risco de overdoses. (…) Eu não consigo imaginar uma casa onde as pessoas possam usar cracks e ficarem confortáveis”, afirmou.
O coordenador disse que o crack não é uma droga que permite que os usuários fiquem “calmos” após o uso por ser estimulante. Ele lembrou que em São Paulo já tentaram algo do tipo, que foram hotéis onde os usuários moravam e acabou tomado pelo tráfico e destruído pelos moradores.
Confira no áudio acima a íntegra da entrevista com Ronaldo Laranjeira.
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