Cooxupé reduz em 37,5% previsão de investimentos para 2015

  • Por Agencia EFE
  • 19/03/2015 20h50

Guaxupé, 19 mar (EFE).- A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), a maior do mundo no setor, afirmou nesta quinta-feira que vai reduzir sua previsão de investimentos para 2015 em 37,5% por causa da crise econômica que assola o país.

De acordo com o presidente da cooperativa, Carlos Alberto Paulino, a expectativa no início do ano era investir cerca de R$ 80 milhões na produção e na ampliação da indústria de café na região do Sul de Minas Gerais, mas o montante foi reduzido para R$ 50 milhões devido ao atual cenário econômico.

“Nós investimos R$ 60 milhões no ano passado e neste ano a previsão era para investir R$ 80 milhões, mas nós diminuímos um pouco. Deu dor de barriga em todo mundo, não foi só na cidade”, disse Paulino durante a Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri), realizada em Guaxupé, em Minas Gerais.

O evento, no entanto, deve movimentar cerca de R$ 60 milhões em vendas de insumos e máquinas, segundo os organizadores, que projetam um público de 25 mil visitantes durante os três dias de evento.

Parte desse valor será movimentado em café, a partir de uma parceria da Cooxupé com seus cooperados, que permite o pagamento de equipamentos em até três anos com sacas do produto.

As derriçadeiras (máquina portátil usada para a colheita), por exemplo, custam cerca de R$ 1.500 para cada produtor, o equivalente a duas sacas de 60kg de café.

O otimismo em relação a outros segmentos da economia ocorre porque a cafeicultura é vista, pelo próprio setor, como uma “ilha de prosperidade”.

Apesar da seca em 2014, os produtores da Cooxupé registraram uma quebra de 14% na safra ante as perspectivas catastróficas de mercado. Para este ano, a previsão é colher 40 milhões de sacas.

“Houve quebra, mas também uma recuperação de preços que supriu essa queda. Sei que em outras regiões isso não aconteceu e eles estão passando dificuldade, mas aqui não há esse problema”, destacou o Paulino, que não cogita a possibilidade de escassez de café nos mercados interno e externo.

“O Brasil é o maior fornecedor de café do mundo e não pode haver dúvida quanto a nossa capacidade de suprir a demanda mundial. Os estoques podem estar baixos, pode ter aperto no ano que vem, mas eu não acredito em falta de café”, ressaltou o presidente da Cooxupé. EFE

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