COP-21 propõe limitar aquecimento com R$ 100 bi anuais e revisão a cada 5 anos
Fabius apresenta
Laurent Fabius apresenta acordo climático em Paris ao lado de Ban Ki-moon e François HollO presidente da Cúpula do Clima (COP-21) de Paris e ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, apresentou neste sábado perante o plenário o texto do acordo global de luta contra a mudança climática que os países preveem aprovar durante a tarde.
O objetivo do pacto será que a temperatura do planeta não aumente mais de dois graus centígrados (2ºC) no final de século, mas com a aspiração que não suba mais de 1,5 graus.
Para isso, os países revisarão a cada cinco anos seus compromissos de revisão de emissões, e marcarão metas de redução e descarbonização a longo prazo para conseguir os objetivos que foram propostos.
Fabius disse que o acordo “faz um grande reconhecimento à adaptação, ao mecanismo de perdas e danos pela mudança climática, e à ação climática antes de 2020”, e tudo isso “com base nas capacidades de cada um”.
E fixa como solo para o financiamento climática um mínimo de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020.
O texto é fruto do trabalho de uma terceira noite consecutiva de vigília da presidência francesa, que transformou a última minuta em um pacto universal com as inquietações colocadas por cerca de 200 países em 24 horas de intensas reuniões bilaterais.
O presidente da COP21 deu mais de três horas aos negociadores para aprovar o texto e convocou um plenário para 15h45 local (12h45, em Brasília) para aprová-lo.
Confiança
Visivelmente emocionado e rodeado pelo chefe do Estado francês, François Hollande, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, Fabius advertiu aos países que “nossos filhos não nos entenderão e nem nos perdoarão se não adotarmos este acordo”.
“Tudo parece impossível até que se alcança. Nenhum de nós atuando por nossa conta podemos ter sucesso. O sucesso é conseguido conjuntamente. Amigos, o mundo nos olha, não podemos falhar”, disse o presidente da COP21.
Fabius alertou aos países que “sua responsabilidade histórica é enorme”, que “não podemos perder esta oportunidade” e que ninguém “quer repetir o que ocorreu na fracassada cúpula de Copenhague”.
“Talvez ali nem todos os planetas estiveram alinhados, mas aqui eles estão”, ressaltou.
O presidente garantiu que se a cúpula fracassar, não haverá maneira de “reconstruir a esperança” e nem de readquirir “a capacidade de credibilidade na comunidade internacional para responder ao maior desafio da humanidade”.
“O acordo que apresentamos é necessário para o mundo inteiro e para cada um de nossos países”, apontou.
“Ajudar a proteger os pequenos Estados insulanos do aumento do nível do mar, apoiar tecnológicamente o desenvolvimento da África, ajudar a América Latina a proteger suas florestas, assistir os países petroleiros na diversificação do modelo energético e criar resiliência para todos, é disso que o acordo trata”, explicou.
Trata-se, acrescentou, de um pacto “imprescindível para garantir a segurança alimentar, a saúde pública, os direitos fundamentais e a paz”.
Para Fabius, o acordo “aborda a justiça climática, e em cada aspecto está refletida a diferenciação entre países com relação às circunstâncias nacionais”, destacou.
“Este acordo é o mais equitativo possível”, apontou Fabius, que concluiu dizendo aos países que chegou o momento de buscar as “linhas verdes”, em contraposição às linhas vermelhas.
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