COP20 entra na reta final com convocação para início de ações ambiciosas

  • Por Agencia EFE
  • 11/12/2014 20h10

Lima, 11 dez (EFE).- A 20ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP20) entrou na reta final nesta quinta-feira com uma convocação: pede que líderes políticos e sociais acertem amanhã um rascunho inicial do próximo acordo mundial e empreendam ações ambiciosas antes de 2020 para deter o aquecimento global.

Enquanto os debates para concordar com uma única forma de apresentar metas de redução de emissões de gases do efeito estufa avançam com lentidão, hoje foi realizada pela primeira vez o dia da “Ação pelo Clima” com uma reunião do chamado Segmento de Alto Nível.

Participaram do encontro representantes de alguns dos países mais prejudicados pela mudança climática, governantes regionais, grupos empresariais favoráveis ao desenvolvimento sustentáveis e ONGs. O objetivo era compartilhar visões sobre as ações prioritárias para impedir o aquecimento do planeta.

Durante a reunião discursaram o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC), Christiana Figueres, e o presidente do Peru, Ollanta Humala.

Ban pediu aos países participantes da cúpula que se esforcem para aprovar uma minuta do acordo universal que deverá ser assinado no próximo ano durante a COP 21, em Paris, para substituir o Protocolo de Kyoto em 2020.

“Chegou a hora de negociar de maneira séria e não ter um documento final não é uma opção. As delegações devem conseguir um texto de caráter oficial para que possam iniciar os debates francamente em fevereiro”, disse o secretário-geral.

Por sua parte, Christiana considerou que os diálogos realizados hoje foram muito inspiradores para fazer uma convocação urgente e profunda à ação, com propostas que tenham objetivos a longo prazo.

Nesse sentido, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore tentou mexer com os sentimentos dos representantes presentes ao encontro. Pediu para que eles refletissem a resposta que dariam aos seus filhos sobre as atitudes tomadas quando tiveram a oportunidade de evitar um mundo repleto de catástrofes provocadas pelas mudanças climáticas. E solicitou o início de uma transformação rumo a um novo modelo produtivo.

“As pesquisas são indiscutíveis e não dão lugar a equívocos. Temos que mudar. A natureza nos respondeu de maneira persuasiva e convincente com elementos meteorológicos extremos”, disse Al Gore, lembrando que as geleiras do Peru foram reduzidas em 40% nos últimos 40 anos.

Humala também exigiu ambição para que as ações de combate à mudança climática conseguiam resultado, inclusive, antes de 2020, quando entrará em vigor o acordo que será assinado em Paris.

O presidente peruano lembrou que a COP20 deve representar uma “base sólida” para o novo acordo mundial sobre o clima, com o objetivo de evitar que a temperatura global aumente em 2 graus, um ponto considerado como irreversível para as consequências mais extremas da mudança climática.

O ex-presidente do México Felipe Calderón afirmou que o principal obstáculo é a percepção geral de que enfrentar o problema geraria um alto custo econômico, destacando que essa ideia está equivocada.

“É possível lutar contra a mudança climática e, ao mesmo tempo, ter crescimento econômico”, afirmou Calderón, defendendo uma reforma tributária na utilização do carbono, nos sistemas elétricos e no uso da terra como as três principais linhas de ação para conter o aquecimento global. EFE

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