Coreia do Norte ameaça atacar embarcações do Sul que cruzarem a fronteira
Seul, 8 mai (EFE).- A Coreia do Norte alertou nesta sexta-feira que irá disparar, sem aviso prévio, contra embarcações militares da Coreia do Sul se as mesmas continuarem cruzando a conflituosa fronteira que separam as águas territoriais dos dois países no Mar Amarelo.
O Exército Popular norte-coreano “vai disparar a partir deste momento, e sem aviso prévio, ao avistar qualquer embarcação da Marinha da Coreia do Sul que ultrapassar a linha de demarcação”, informou a agência estatal “KCNA”, porta-voz do regime de Kim Jong-un.
Além disso, a Coreia do Norte ameaçou contra-atacar com ainda mais força se os sul-coreanos responderem com fogo a seus disparos.
A Coreia do Norte garantiu que fez esta “advertência especial de emergência” depois que várias lanchas de defesa sul-coreanas entraram em suas águas em até três ocasiões por dia entre 1º e 7 de maio, o que considerou uma “provocação militar” do país vizinho, explicou a “KCNA”.
Segundo a versão do veículo estatal norte-coreano, a Coreia do Sul justificou as intromissões como parte de uma operação para combater a pesca ilegal de um terceiro país, em alusão aos pescadores chineses que trabalham sem permissão nas águas das duas Coreias.
No entanto, a Coreia do Norte argumenta que, na realidade, se tratava de uma operação militar secreta de Seul, num momento marcado pela tensão nas relações entre os dois países.
O governo sul-coreano, por sua vez, negou as afirmações do Norte, e acusou o regime de Kim Jong-un de “distorcer a verdade”. Além disso, ameaçou com “uma dura resposta” caso a Coreia do Norte decida atacar suas embarcações, segundo uma mensagem que o Ministério da Defesa enviou a Pyongyang.
Conhecida como Linha Limite do Norte (LLN), a fronteira entre as duas Coreias no Mar Amarelo é um dos pontos mais conflituosos da região, em torno do qual ocorreram diversos enfrentamentos entre Norte e Sul.
Os incidentes mais graves das últimas décadas foram o afundamento da embarcação sul-coreana Cheonan, do qual Seul responsabiliza Pyongyang, e o bombardeio norte-coreano contra a ilha de Yeonpyeong, ambos em 2010, com um balanço total de 50 mortos do Sul, dois deles civis.
Pyongyang não reconhece a LLN, traçada no final da Guerra da Coreia (1950-53), já que considera que a mesma beneficia os interesses do Sul ao se situar acima do paralelo 38.
As duas Coreias permanecem tecnicamente em conflito desde a Guerra da Coreia, que terminou com um armistício que até hoje não foi substituído por um tratado de paz definitivo. EFE
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