Coreia do Norte ameaça com “guerra total” se Sul não cumprir seu ultimato
Seul, 22 ago (EFE).- A Coreia do Norte afirmou neste sábado que suas tropas estão preparadas para uma “guerra total” caso a Coreia do Sul não cumpra o ultimato exigido, em um novo avanço na escalada de tensão militar iniciada com uma troca de tiros na quinta-feira.
“O exército e o povo da RPDC (Coreia do Norte) estão preparados não só para responder ou tomar qualquer represália, como não descartam uma guerra total”, anunciou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado divulgado pela agência estatal “KCNA”.
A chancelaria norte-coreana afirmou que “a situação à qual se chegou, à beira da guerra, é dificilmente controlável neste momento”.
A Coreia do Norte reiterou em seu comunicado que realizará uma ação militar contra o Sul se, às 17h de hoje (5h de Brasília), o lado sul-coreano não desligar e retirar os alto-falantes que emitem mensagens de propaganda contra o regime na Zona Desmilitarizada que divide os países.
A Coreia do Sul já havia antecipado na sexta-feira que os alto-falantes, colocados na semana passada em resposta a um suposto ataque com minas do Norte, “vão continuar funcionando”, segundo confirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa, o que despertou os temores de um conflito maior.
A tensão explodiu na quinta-feira, quando Seul acusou Pyongyang de ter disparado um projétil contra uma de suas unidades militares, e respondeu com o lançamento de 30 rodadas de artilharia rumo ao Norte.
O regime de Kim Jong-un assegurou hoje que nunca disparou primeiro e acusou o governo da Coreia do Sul de ter inventado este incidente.
Seul, com o apoio de Washington, “disparou artilharia após inventar esta situação para que a comunidade internacional acredite que a RPDC lançou primeiro um projétil, e assim justificar seus disparos como se fossem um ato de represália”, alegou a chancelaria norte-coreana em seu comunicado.
Tanto o líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, como os representantes norte-coreanos no exterior emitiram ontem duras mensagens com ameaças de guerra, o que mantém a tensão em seus níveis máximos desde 2013 na península de Coreia.
Kim Jong-un ordenou a suas tropas na primeira linha da fronteira que se preparem para o combate durante uma reunião de emergência da comissão militar central do Partido dos Trabalhadores.
Por sua parte, o embaixador da Coreia do Norte na ONU, An Myong Hun, advertiu na sede do organismo em Nova York que a reação militar “será inevitável e muito forte” se Seul não responder ao ultimato de parar as “provocações”.
Enquanto isso, os Estados Unidos reiteraram seu compromisso de defender seu aliado sul-coreano no caso de um conflito, e a China pediu moderação e diálogo tanto a Coreia do Norte como a Coreia do Sul. EFE
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