Coreia do Norte ameaça responder com disparos ao envio de balões propagandistas do Sul
A Coreia do Norte informou neste domingo que pode responder com disparos ao envio de balões com propaganda contra o regime de Pyongyang planejado por ativistas da vizinha Coreia do Sul.
A nota, publicada pela agência KCNA, explicou que as forças armadas norte-coreanas empregarão “todos os meios de fogo para eliminar os balões”.
A resposta de Pyongyang veio uma semana depois de um grupo de ativistas formado em sua maioria por desertores norte-coreanos anunciar que realizará o lançamento dos balões em 26 de março.
Park Sang-hak, líder do grupo, explicou que os balões conterão 500 mil panfletos com propaganda contra o regime dos Kim e cópias do filme “A entrevista”, comédia hollywoodiana que ridiculariza a figura do atual líder norte-coreano, Kim Jong-un.
O regime de Pyongyang, caracterizado pelo extremo culto à personalidade de seus líderes, condenou duramente o filme, que faz uma caricatura do jovem Kim.
Antes do lançamento seu estúdio, Sony, sofreu um cyberataque, e os Estados Unidos acusaram a Coreia do Norte de ser responsável pelo ataque em retaliação à produção do filme.
Episódios anteriores com balões com propaganda contra o regime foram duramente criticados por Pyongyang e provocaram momentos de muita tensão na fronteira intercoreana.
Em outubro, o exército norte-coreano chegou a disparar contra os balões, o que provocou uma troca de tiros com as tropas sul-coreanas.
Seul argumenta que não há base legal para proibir os lançamentos de balões na fronteira porque esta atividade está amparada pelo direito à liberdade de expressão.
No entanto, uma recente decisão judicial na Coreia do Sul em resposta a uma ação apresentada por moradores da fronteira estabeleceu que, apesar de a liberdade de expressão ser um fator de peso, as autoridades podem proibir o envio de propaganda se isto por em perigo as pessoas que residem na área.
O governo sul-coreano disse que acatará a decisão do tribunal sempre que avaliar que o lançamento dos balões representa um perigo para seus cidadãos.
As duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra desde que o conflito, entre 1950 e 1953, foi encerrado com a assinatura de um cessar-fogo em vez de um tratado de paz.
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