Coreia do Norte insiste em sua proposta de paz com “carta aberta” ao Sul
Seul, 24 jan (EFE).- A Coreia do Norte publicou nesta sexta-feira uma “carta aberta” para os cidadãos e autoridades da Coreia do Sul na qual reiterou sua proposta de iniciar uma etapa de paz, desde que Seul e Washington cancelem suas próximas manobras militares na região.
O regime de Kim Jong-un insistiu em “criar um clima de reconciliação e união, acabar totalmente com os atos militares hostis” e retomar projetos comuns como as reuniões de famílias separadas e as visitas ao monte norte-coreano Kumgang, segundo a carta assinada pela Comissão Nacional de Defesa.
No entanto, a realização de “atos militares hostis” é “o principal obstáculo” para melhorar as relações entre as duas Coreias, expôs o órgão de Pyongyang em sua mensagem, divulgada pela agência estatal “KCNA”.
“As relações entre Norte e Sul só mostrarão uma sólida melhora quando as duas partes tomarem medidas realistas para prevenir desastres nucleares iminentes”, afirmou o regime norte-coreano, após insistir que sua proposta é “sincera”.
Há apenas dois dias a Coreia do Norte lamentou a recusa de Seul em relação à proposta do dia 16 de janeiro e reiterou sua advertência de que a situação na península pode chegar a uma “catástrofe incontrolável” se as tensões persistirem.
Como resposta à oferta de Pyongyang, Seul e Washington confirmaram que realizarão entre fevereiro e abril, conforme estava previsto, os exercícios militares “Key Resolve” e “Foal Eagle” na península coreana, orientados a coordenar a defesa em uma situação de conflito com o vizinho do Norte.
A Coreia do Sul e os EUA suspeitam que a proposta de paz norte-coreana possa servir como justificativa para futuras hostilidades, já que Pyongyang sabe que os aliados dificilmente aceitariam cancelar seus exercícios anuais de defesa.
No ano passado, essas manobras militares, juntamente com as novas sanções da ONU pelo último teste nuclear de Pyongyang, suscitaram uma longa e intensa campanha de hostilidades por parte do regime de Kim Jong-un, que ameaçou seus “inimigos” em várias ocasiões com ataques armados.
Pyongyang prometeu no último domingo responder ao “Key Resolve” e ao “Foal Eagle” deste ano com “fortes medidas de autodefesa”, em uma de suas frequentes ameaças devido às iminentes manobras de Seul e Washington na região.
A Coreia do Sul realiza todos os anos vários exercícios de defesa em conjunto com os EUA, que têm 28,5 mil efetivos militares permanentemente em território sul-coreano como herança da Guerra da Coreia (1950-53). EFE
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