Coreia do Norte rejeita oferta do Sul sobre futuros reencontros de famílias
Seul, 6 mar (EFE).- A Coreia do Norte rejeitou nesta quinta-feira a proposta sul-coreana de manter uma nova reunião para tratar de futuros reencontros das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), o que representa um passo atrás na etapa de relativo entendimento iniciada recentemente pelos dois países.
Em mensagem através da linha de comunicação da aldeia fronteiriça de Panmunjom, o regime de Kim Jong-un recusou a oferta de Seul e alegou que “neste momento o ambiente não é propício” para as conversas, informou à Agência Efe uma porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano.
Apesar de uma relativa melhora nas relações entre as Coreias desde fevereiro, a tensão aumentou nos últimos dias pelas manobras militares anuais conjuntas entre Seul e Washington no sul da península e pelo lançamento ao mar de vários mísseis norte-coreanos de curto alcance como resposta.
A Coreia do Sul convidou ontem o Norte para uma reunião na próxima semana para tentar dar periodicidade aos reencontros das famílias separadas, como o que reuniu no final do mês passado centenas de parentes coreanos, após seis décadas de separação.
Em sua resposta negativa, Pyongyang também alegou que o canal de comunicação da Cruz Vermelha – proposto pelo Sul para tratar do tema dos reencontros familiares – não é o adequado para esse assunto, algo que se interpreta como um possível pedido para manter entrevistas em um nível mais alto.
A porta-voz de Seul qualificou como “lamentável” a rejeição norte-coreana à oferta e lembrou que ambas as partes tinham concordado em desvincular completamente o assunto dos reencontros familiares da situação política e militar na região.
Centenas de coreanos do Norte e Sul, que perderam o contato com seus parentes na guerra que dividiu a península, puderam se reencontrar entre os dias 20 e 25 de fevereiro na 19ª reunião das famílias divididas desde 1985, a primeira realizada desde 2010.
Dezenas de milhares de solicitantes dos dois países ainda esperam por uma chance para rever seus familiares, a maioria deles com mais de 80 anos, o que reflete a urgência para regularizar o mais rápido possível esses eventos humanitários. EFE
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