Coreia do Sul dá asilo a 3 marinheiros norte-coreanos que decidiram desertar

  • Por Agencia EFE
  • 08/07/2015 08h43

Seul, 8 jul (EFE).- A Coreia do Sul dará asilo a três marinheiros da Coreia do Norte resgatados em alto mar que pediram para ficar no país, informou nesta quarta-feira o Ministério da Unificação, o que gerou um novo atrito nas relações entre os países.

Cinco norte-coreanos – quatro pescadores e um agricultor – ultrapassaram no sábado passado a fronteira ao sul no Mar do Japão (Mar do Leste) após perder o controle de seu barco, aparentemente por problemas técnicos, e foram resgatados pela guarda costeira de Seul.

Quando questionados de sua intenção, três deles manifestaram sua vontade de permanecer na Coreia do Sul e dois deles pediram para voltar para casa, relatou à Agência Efe uma representante do Ministério da Unificação.

Deste modo, o governo sul-coreano notificou o da Coreia do Norte através da linha telefônica de Panmunjom, único canal de comunicação civil entre os países, que enviaria apenas os dois últimos.

No entanto, o regime de Kim Jong-un respondeu com um fax no qual exigiu a Seul que repatrie todos os cinco norte-coreanos.

“Não vamos aceitar esse pedido, já que devemos respeitar a vontade destas pessoas”, afirmou a representante de Seul, após garantir que os dois marinheiros que expressaram seu desejo de retornar serão mandados de volta ainda esta semana, provavelmente amanhã.

Após a recusa da Coreia do Sul, Pyongyang enviou uma nova mensagem por fax através da linha de Panmunjom na qual subiu o tom e lançou uma ameaça ao país vizinho, divulgada pelo site de propaganda oficial “Uriminzokkiri”.

“Se a Coreia do Sul continuar retendo os pescadores norte-coreanos e não repatriar todos, a Coreia do Norte tomará duras medidas”, declarou um porta-voz da Cruz Vermelha norte-coreana na carta, na qual acusou Seul de “coagir” os cinco marinheiros para obrigar-lhes a desertar.

Em algumas ocasiões anteriores a Coreia do Norte acusou Seul de sequestrar seus cidadãos, razão pela qual este caso poderia abrir um novo conflito entre os países em um ambiente marcado pela deterioração de suas relações.

Trata-se da segunda vez em menos de um mês que embarcações norte-coreanas à deriva chegam a Coreia do Sul, mas na ocasião anterior, em meados de junho, todos os marinheiros decidiram retornar pra casa, e o governo sul-coreano os mandou de volta. EFE

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