Coreia do Sul veta acesso a complexo conjunto devido à tensão com o Norte
Seul, 21 ago (EFE).- A Coreia do Sul anunciou nesta sexta-feira que estabeleceu restrições no acesso de seus cidadãos ao complexo industrial conjunto de Kaesong, situado na Coreia do Norte, devido à tensão militar após a troca de artilharia entre ambos países.
Apenas os diretores das 124 empresas sul-coreanas que operam no polígono poderão atravessar a fronteira, enquanto os trabalhadores e terceirizados terão o acesso vetado a partir de hoje, informou à Agência Efe uma representante do Ministério de Unificação sul-coreano.
Na primeira hora de hoje já se notava uma leve redução no número de sul-coreanos que chegavam a Kaesong através da passagem fronteiriça na parte ocidental da Zona Desmilitarizada, acrescentou a fonte.
O complexo de Kaesong, no qual 55.000 operários norte-coreanos fabricam produtos de todo tipo para as empresas da Coreia do Sul, é o único projeto econômico conjunto mantido pelas duas Coreias e suas operações costumam se ver alteradas em momentos de crise ou tensão militar entre os países.
Neste caso a tensão explodiu na quinta-feira, quando o Exército Popular norte-coreano disparou artilharia contra a área onde se encontra a unidade militar sul-coreana de Yeoncheon na Zona Desmilitarizada, sem que se registrassem danos humanos ou materiais.
A Coreia do Sul respondeu com várias dezenas de projéteis rumo ao Norte e elevou ao máximo sua preparação militar perante a possibilidade de uma escalada do conflito.
Por sua parte, o regime de Kim Jong-un ameaçou de novo em efetuar ações militares se a Coreia do Sul não retirar os alto-falantes que emitem propaganda anti-norte-coreana na fronteira antes das 17h de sábado.
Já em 2013 um longo episódio de tensão entre as duas Coreias, com ameaças de guerra contínuas do Norte, provocou o fechamento do complexo de Kaesong, que permaneceu enclausurado durante cinco meses ocasionando fortes perdas às empresas.
Norte e Sul permanecem tecnicamente enfrentados desde a Guerra da Coreia (1950-53), que finalizou com um armistício nunca substituído por um tratado de paz definitivo. EFE
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