Coreias continuam em reunião para evitar conflito bélico
Seul, 24 ago (EFE).- Representantes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul continuaram nesta segunda-feira com a segunda rodada de negociações que já se prolongam por quase 18 horas para evitar uma escalada bélica, em plena crise militar entre os países.
Na fronteiriça Aldeia da Trégua de Panmunjom, as quatro autoridades do Norte e do Sul prosseguiram com a reunião que começou no domingo às 15h30 (hora sul-coreana, 3h de Brasília), confirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul.
Trata-se da segunda rodada de negociações depois que as partes não conseguiram chegar a um acordo em um primeiro encontro no sábado que se prolongou por mais de 10 horas.
Embora não tenham vazado detalhes sobre o conteúdo da reunião, uma fonte de Defesa de Seul deu à Efe algumas pistas sobre os principais empecilhos que impedem uma aproximação nas posições das duas Coreias.
A Coreia do Norte exige ao Sul que desligue os alto-falantes que emitem propaganda na fronteira contra o regime de Kim Jong-un, mas Seul pede em troca que Pyongyang se desculpe pelo suposto ataque com minas que feriu gravemente dois soldados sul-coreanos na fronteira no último dia 4.
Nenhuma das duas partes parece disposta a ceder em sua postura, segundo a fonte, algo previsível já que a Coreia do Norte negou até agora seu envolvimento no incidente das minas.
Os representantes sul-coreanos na reunião de alto nível são o diretor do Escritório de Segurança Nacional, Kim Kwan-jin, e o ministro da Unificação, Hong Yong-pyo, e os norte-coreanos são Hwang Pyong-so, vice-marechal do Exército Popular, e Kim Yang-gon, diretor do Departamento da Frente Unida do Partido dos Trabalhadores.
A alta categoria dos funcionários de ambos países reflete a gravidade da crise militar, suscitada na quinta-feira passada com a troca de tiros de artilharia entre Norte e Sul na Zona Desmilitarizada do paralelo 38.
A Coreia do Norte ameaçou com uma ação militar se o Sul não desligasse na tarde de sábado os alto-falantes que emitem propaganda contra o regime de Kim Jong-un na fronteira.
Os alto-falantes seguem funcionando, segundo confirmou à Efe uma fonte do governo sul-coreano, mas o fato de que ambas partes tenham se sentado para negociar parece ter anulado o ultimato de Pyongyang.
Enquanto isso, as forças armadas de ambos lados permanecem preparadas para o combate.
A Coreia do Norte, que declarou um “quase estado de guerra”, movimentou hoje dez lanchas de desembarque anfíbio nos arredores da fronteira do Mar Amarelo, que se unem a 50 submarinos operacionais nas águas do país, segundo advertiram as forças armadas da Coreia do Sul. EFE
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