Corina Machado pede posição firme de brasileiros contra “ditadura” Maduro

  • Por Agencia EFE
  • 04/04/2014 14h04
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São Paulo, 4 abr (EFE).- A opositora venezuelana María Corina Machado, que foi recebida hoje pelo governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, pediu aos brasileiros uma posição “firme” contra o governo de Nicolás Maduro, que afirmou ser “ditatorial”.

“Pedimos aos brasileiros que nos acompanhem em nossa luta e façam saber aos seus representantes dos governos regionais, do Congresso e da presidência que esperam posições firmes, alinhadas aos valores democráticos e não cúmplices a um regime que não é democrático, que é ditatorial”, afirmou Machado.

A opositora, que foi cassada de seu cargo de deputada na Assembleia Nacional, recebeu hoje o apoio de Alckmin. O governador se referiu a Machado como a “legítima representante do povo venezuelano”.

“A recebemos com grande alegria, lhe transmitimos nossa admiração, nosso respeito por sua luta, que extrapola os limites de seu país e é importante para toda a América Latina”, afirmou o tucano após o encontro no Palácio dos Bandeirantes.

Machado afirmou que Alckmin está a par de como o governo de Maduro “viola” os princípios da Carta Democrática Interamericana da Organização dos Estados Americanos (OEA), e sensibilizado diante da “violação brutal dos direitos humanos”.

“A repressão na Venezuela é cruel, por isso, para mim é importante ser a voz dos venezuelanos fora da Venezuela. As imagens que os meios de comunicação mostram ao redor do mundo não estão na televisão venezuelana porque a censura e a autocensura é total”, acrescentou.

Perguntada sobre um possível golpe de Estado para derrubar a Maduro, Machado afirmou que a oposição não acredita nestes mecanismos e disse que o próprio presidente teria dado um golpe.

“Não acreditamos no golpe, o golpe foi dado do governo pelo próprio Maduro. Quando do Poder Executivo, da presidência, se controla todos os demais poderes; se viola a Constituição, se desconhece a legislação e os direitos humanos, quem dá o golpe é quem está no poder. É um golpe de Estado pelo Estado”, opinou a opositora.

Corina Machado também defendeu sua condição de deputada, já que, segundo sua opinião, nenhum dos mecanismos que a Constituição estabelece para cassar um parlamentar de sua cadeira ocorreu em seu caso.

“Sou deputada da Assembleia e seguirei atuando assim”, desafiou.

Machado chegou na quarta-feira em Brasília, onde se reuniu com a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Após o encontro com Alckmin, Machado ainda tem prevista uma reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. EFE

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