Corpo torturado na Cracolândia é identificado; polícia trabalha com duas hipóteses

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2017 17h18
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Reprodução Bruno de Oliveira Tavares trabalhava em uma empresa de remoção de usuários de drogas

Um corpo encontrado com as mãos amarradas e marcas de ferimento no Bom Retiro, centro de São Paulo, foi reconhecido como sendo o de Bruno de Oliveira Tavares, de 34 anos, que desapareceu ao tentar fazer a remoção de uma dependente química na região da Cracolândia, na semana passada. A família fez o reconhecimento por meio de fotos.

O titular do terceiro distrito policial da Capital Paulista, delegado Osvany Zanetta Barbosa, conta que o caso inicialmente foi registrado como cárcere privado, já que a suspeita era de que Bruno estivesse em poder de traficantes.

“Ele foi com o motorista da ambulância e junto com a mãe de uma menina que iriam retirar da Cracolândia, que é usuária, e lá enquanto o motorista foi até um local um pouco mais afastado para buscar a mãe, porque os traficantes exigiram a presença dela para entrar, o Bruno ficou ali nas imediações conversando com algumas pessoas”, afirmou o delegado.

Quando o motorista e a mãe retornaram ao local, Bruno não estava mais lá. De acordo com o delegado, alguém teria dito ao motorista que Bruno “ficou dizendo aqui que era do Comando Vermelho então nós levamos lá dentro para averiguar”.

Depois de reconhecido o corpo de Bruno, o caso passou a ser investigado pelo departamento de homicidios, mas em colaboração com o terceiro distrito policial que trabalha com duas hipóteses.

Uma delas é de que traficantes da região, ligados ao PCC, tenham suspeitado que Bruno poderia ter relações com a facção criminosa do Rio de Janeiro Comando Vermelho. Outra possibilidade é de que ele possa ter sido confundido com um policial, já que há suspeita de que ele portava um distintivo policial falso.

Antes de encontrar o corpo, o titular do terceiro distrito policial chegou a pedir autorização da Secretaria de Segurança Pública para que a Tropa de Choque fizesse uma operação na região da Cracolândia, para tentar encontrar Bruno.

A ação, no entanto, não foi autorizada, sob justificativa de que ele poderia estar dentro Cracolândia por escolha, uma vez que Bruno já teria sido usuário de drogas.

Em São Paulo há menos de um mês, é provável que a vítima sequer conhecesse a região.

*Com informações da repórter Helen Braun

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