Corpos localizados em meio aos destroços de avião são levados para Donetsk

Donetsk (Ucrânia), 20 jul (EFE).- Um trem, com os corpos localizados até agora no local onde caiu o avião da Malaysia Airlines, saiu neste domingo em direção à cidade de Donetsk desde a cidade próxima de Torez, após ser supervisionado por observadores da OSCE.

Segundo a agência russa “RIA Novosti”, os representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa contabilizaram 198 corpos, que foram carregados em cinco vagões refrigerados. Este seria o total das vítimas localizadas até agora pelos serviços de resgate.

O jornal britânico “The Guardian”, no entanto, publicou em seu site uma declaração do chefe da missão da OSCE na Ucrânia, o suíço Alex Hug, que não precisa o número de corpos localizados.

“Os analistas inspecionaram (o trem), mas não contaram o número de vítimas, argumentando que não poderiam fazê-lo sem os meios técnicos necessários”, disse o representante da organização.

Um dos líderes dos rebeldes pró-russos, Leonid Baranov, disse que os corpos estão sendo encaminhados para hospitais de Donetsk, mesmo lugar onde os insurgentes teriam encaminhados dezenas de outros desde o acidente.

“Estamos dispostos a levar os corpos para Mariupol (cidade ao sul de Donetsk, que é controlada pelo governo ucraniano), porque já temos problemas de sobra aqui. Só que Kiev demora a tomar essa decisão”, afirmou Baranov.

Segundo outro dirigente dos rebeldes, Sergei Kavtaradze, a decisão de levar os corpos foi tomada por o local da queda do avião se tratar de uma região residencial.

“Recolhemos os restos mortais espalhados nas ruas da cidade, nos quintais e inclusive dentro de casas, onde caíram pelo telhado. Deixá-los ali era impossível do ponto de vista sanitário. Os corpos foram levados para Donetsk e permanecerão ali até a chegada dos especialistas”, explicou.

Ontem, o governo ucraniano acusou aos milicianos de roubar 38 corpos, além de peças da aeronave, com o objetivo de destruir provas da derrubada do avião, que teriam provocado. EFE