Correa diz que não se arrepende de ter concedido asilo a Assange

  • Por Agencia EFE
  • 09/12/2014 18h49

Veracruz (México), 9 dez (EFE).- O presidente do Equador, Rafael Correa, garantiu nesta terça-feira em entrevista à Agência Efe que não se arrepende do asilo diplomático concedido a Julian Assange, refugiado na embaixada equatoriana em Londres há mais de dois anos.

Ele também disse que seu governo espera que as novas autoridades suecas, após a mudança de governo, facilitem a busca de uma solução à situação do fundador do Wikileaks. Para o presidente, a comunidade internacional usou “dois pesos e duas medidas” neste caso.

“Não justificamos o que Julian Assange fez. O asilo foi dado porque não há certeza sobre o devido processo. É a dupla moral internacional. Em todo caso, na Suécia houve uma mudança de governo e há conversas um pouco mais fáceis com o novo Executivo, de corte mais progressista, e temos a esperança de que este problema seja resolvido porque realmente estão atentando, não contra o Equador nem contra o presidente Correa, mas contra os direitos humanos de um cidadão australiano”, declarou o chefe de Estado.

“Por mim, podem passar 20 anos. Estão complicando a vida de Julian Assange. Se esse caso voltasse a acontecer, faríamos exatamente o mesmo”, acrescentou.

O presidente do Equador afirmou que não justifica o que Assange fez, vazando milhares de documentos secretos dos Estados Unidos no site Wikileaks.

“Eu acho que os países devem ter informação confidencial porque têm segurança nacional. Mas lembre-se que nos Estados Unidos pediam até a pena de morte para Assange, a qual atenta contra o direito interamericano, contra os direitos humanos. Demos asilo diplomático como exercício de nossa soberania”, acrescentou.

O fundador do Wikileaks permanece na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012, onde se refugiou para evitar ser extraditado a Suécia, de onde teme ser entregue aos Estados Unidos. O australiano nega as acusações de abuso sexual contra duas mulheres, supostamente ocorridas em agosto de 2010 em seu país. EFE

mlg/cdr

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