Corregedoria da PM abre inquérito e ouve 32 policiais que atenderam a chamados de chacinas em Osasco e Barueri

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2015 07h39
OSASCO, SP - 14.08.2015: VIOLÊNCIA-SP - Bar na rua Antônio Benedito Ferreira, no bairro Munhoz Junior, em Osasco, onde por volta das 20h30 uma chacina deixou dez mortos. A noite mais violenta do ano na Grande São Paulo deixou ao menos 20 pessoas mortas e sete feridos em Osasco e Barueri, em um intervalo de aproximadamente duas horas e meia, na noite desta quinta-feira (13). Na maioria dos casos as ações foram semelhantes, homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros contra as vítimas. Em alguns locais dos crimes, testemunhas disseram que os assassinos perguntavam por antecedentes criminais, o que definia vida ou morte das pessoas. (Foto: Avener Prado/Folhapress) Avener Prado/Folhapress Chacina

A Corregedoria da PM ouve nesta terça-feira (18) 32 policiais que atenderam aos chamados das chacinas que deixaram 18 mortos e seis feridos na última quinta (13) em Osasco e Barueri.

O órgão que investiga atuações policiais abriu inquérito para apurar o caso nesta segunda (17) e explica que os oficiais que serão ouvidos nesta tarde não se tratam de suspeitos, mas de PMs de Osasco e Barueri que trabalharam no atendimento das ocorrências e na preservação das cenas dos crimes na semana passada. A Corregedoria ainda não tem suspeitos de terem participado da chacina e espera que os depoimentos ajudem na investigação.

Antes de abrir inquérito, a Corregedoria estava apenas trabalhando em regime de colaboração com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, o DHPP, da Polícia Civil. Agora, o órgão faz sua própria investigação.

A polícia praticamente descartou linha de investigação que aponta para o tráfico de drogas e concentra forças na hipótese de vingança na chacina de Osasco. Testemunhas foram ouvidas ao longo do fim de semana e também nesta segunda-feira no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

As apurações possibilitaram identificar a atuação de três grupos distintos nos crimes realizados entre a quinta (13) e a sexta-feira da semana passada. O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirma que é possível que os grupos de Osasco tenham atuado em conjunto.

Dezoito pessoas morreram e outras seis ficaram feridas na série de ataques num período de três horas na semana passada em Osasco e Barueri. Informações que levem à prisão dos envolvidos na chacina podem render recompensa de até R$ 50 mil reais, a maior oferecida no estado de São Paulo até hoje.

O sigilo é garantido e esses dados devem ser repassados por meio do site www.webdenuncia.org.br. O governador de São Paulo. Geraldo Alckmin, ressaltou que as denúncias devem ser feitas apenas pela internet e não pelo pelo telefone 181.

A hipótese mais forte aponta para as chacinas como atos de vingança contra a morte de um PM em Osasco e de um guarda civil em Barueri. O Ministério Público acompanha o caso com promotores do grupo que investiga crime organizado e da equipe que acompanha a atividade policial.

Informações do repórter Jovem Pan Tiago Muniz

Publicado às 7h34; Atualizado às 11h15

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