Corte Suprema de Israel ordena demolição de imóveis em assentamento judaico

  • Por Agencia EFE
  • 29/07/2015 06h39
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Jerusalém, 29 jul (EFE).- A Corte Suprema de Israel ordenou a demolição de dois edifícios construídos ilegalmente por colonos de Bel El em uma propriedade privada palestina, na Cisjordânia ocupada, uma decisão acompanhada por dois dias de protestos da direita nacionalista e violentos confrontos com a polícia.

A decisão tomada nesta quarta-feira pelos juízes foi uma resposta a um recurso apresentado pelos colonos para permitir que obtivessem de forma retroativa as permissões de construção exigidas pelo governo, que ontem, através do procurador-geral, Yehuda Weinstein, apoiou o pedido para evitar um rompimento da coalizão parlamentar que comanda o país.

Os dois edifícios, que juntos possuem 24 apartamentos, ainda estão em construção. Na última sexta-feira, a Corte Suprema tinha ordenado a paralisação das obras até decidir de forma definitiva sobre o futuro dos imóveis.

Na madrugada de ontem, a polícia desalojou centenas de colonos que tinham se instalado no local, provocando uma onda de protestos que prosseguiu hoje com a montagem de um acampamento em frente aos edifícios.

De acordo com a agência de notícias israelense “Ynet”, a demolição poderia ocorrer amanhã ou dentro de poucos dias.

A polêmica sobre os dois imóveis chegou à Corte Suprema através da ONG Yesh Din, que exigiu a devolução das terras por pertencerem a um proprietário palestino.

Abdelrahman Kasem, da aldeia vizinha de Durat al Kara, viu seus terrenos serem confiscados durante 30 anos pelo Exército israelense, que alegou “necessidade de segurança”. Segundo a legislação do país, se o local não for utilizado pelos militares, deve ser devolvido ao proprietário ou, em último caso, transferido para outro dono.

Em 2010, em uma decisão que não contou com o apoio do governo israelense, os colonos de Bet El se apropriaram do terreno e começaram a erguer os edifícios.

Ontem, em visita a Bel El, o ministro da Agricultura, Uri Ariel, ameaçou abandonar o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se os dois prédios fossem demolidos, o que pode afetar a maioria parlamentar estabelecida após as últimas eleições. EFE

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