Costa do Marfim e Mali: os países mais vulneráveis ao próximo surto de ebola

  • Por Agencia EFE
  • 16/10/2014 13h15
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Genebra, 16 out (EFE). – A Organização Mundial da Saúde (OMS) enviará nos próximos dias duas equipes de especialistas a Costa do Marfim e ao Mali para que avaliem o nível de preparo destes países perante um eventual surto de ebola, dado que são os dois Estados onde há mais risco de que a doença apareça.

A diretora de Respostas da OMS, Isabelle Nuttall, que fez este anúncio nesta quinta-feira em entrevista coletiva em Genebra, lembrou as grandes fronteiras que ambos os países compartilham com as três nações mais afetadas agora pela epidemia (Guiné, Libéria e Serra Leoa). As equipes que farão este trabalho serão formadas por especialistas em epidemiologia, análise de laboratório e mobilização social, entre outras questões, “para cobrir todo o espectro de aspectos a levar em conta”.

“A ideia é que detectem os vazios, os aspectos nos quais não estão suficientemente preparados e identifiquem como podem melhorar”, explicou Isabelle.

As equipes realizarão simulações de eventuais surtos da doença para que as autoridades identifiquem “na prática” se realmente são capazes ou não de enfrentar o vírus. A Costa do Marfim e o Mali são os dois países “prioritários”, mas a OMS identificou outros 13 Estados na África especialmente vulneráveis. Os principais são os que compartilham fronteiras com alguns dos países afetados, como Guiné-Bissau e Senegal.

Os demais são Benin, Burkina Fasso, Camarões, Gâmbia, Gana, Mauritânia, Nigéria, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Togo, que a entidade vigiará de perto.

“Estes países têm sistemas de saúde mais frágeis do que outros da África e talvez não contem com experiência suficiente”, explicou Isabelle.

Os especialistas da OMS avaliarão as necessidades de cada Estado, o que fizeram até agora e o que ainda precisa ser feito para estar seguros que estão preparados para reagir a um surto de ebola.

“É preciso saber se eles têm pessoal e equipamentos suficientes, se têm as instalações necessárias, se sabem coletar as mostras, se sim, onde analisá-las ou se sabem para onde enviá-las”, acrescentou a diretora.

Uma das principais tarefas das equipes será verificar se estes países sabem realizar controle rígido dos contatos dos eventuais doentes.

“Lembramos que os casos do Senegal e da Nigéria foram um sucesso porque os dois países souberam reagir rapidamente à detecção e isolamento dos contatos”, acrescentou a especialista.

Senegal e Nigéria importaram cada um apenas um caso, mas a doença está controlada porque as autoridades souberam identificar e isolar os contatos do primeiro infectado.

Espera-se que o Senegal seja declarado livre de ebola amanhã e a Nigéria na segunda-feira, após 42 dias (o dobro do período de incubação) sem casos. Conforme os últimos dados da OMS, o atual surto de ebola já causou a morte de 4.493 pessoas e contagiou 8.997 pessoas. EFE

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