CPI da Petrobras tem primeira sessão nesta quarta

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2014 16h37

Brasília, 14 mai (EFE).- O Senado deu início nesta quarta-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, diante da suspeita de que em muitos de seus negócios houve diversas irregularidades e até corrupção.

A instalação do grupo parlamentar, integrado por 13 senadores, foi exigida pela oposição e evitada pela base governista em uma queda de braço que incluiu até protestos dos petroleiros em frente ao Supremo Tribunal Federal, que por fim autorizou a investigação.

Na primeira sessão foram confirmados os membros do grupo, propostos pelos partidos representados no Senado de forma proporcional, sendo que o governo conta com maioria dos dez senadores frente a apenas três da oposição.

A comissão terá um prazo inicial de 180 dias para fazer a investigação, que se centrará na aquisição de uma refinaria em Pasadena (Estados Unidos) e de instalações similares no Japão, a construção de plataformas marítimas e supostos fatos dolosos nessas operações, todas realizadas desde 2005.

Também será investigada a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, para qual a Petrobras tinha um acordo de sociedade com a companhia petrolífera venezuelana PDVSA, que finalmente desistiu de participar do negócio.

O prazo fixado para a investigação, segundo admitiram fontes parlamentares, deve ser prorrogado por outros 180 dias, já que o Brasil praticamente parará entre junho e julho devido à Copa do Mundo.

Imediatamente depois da Copa, o Senado entrará em recesso por um mês e, depois, seus membros estarão enfocados na campanha para as eleições presidenciais, legislativas e regionais de 5 de outubro.

O senador Vital do Rego, do governista Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), foi eleito para presidir a comissão e declarou que tentará “acelerar os trabalhos” para garantir que se chegue “ao fundo” da investigação.

“Não podemos perder tempo, porque temos um calendário repleto de eventos”, disse Rêgo em alusão ao Mundial que começará em 12 de junho e à campanha eleitoral que seguirá imediatamente a seu encerramento, em 13 de julho.

Sobre a suposta corrupção na Petrobras, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi interrogado hoje, durante um pronunciamento diante das Comissões de Fiscalização e Controle e de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

Concretamente, Mantega respondeu a perguntas sobre a refinaria de Pasadena, que a própria Petrobras já admitiu que “não foi um bom negócio” e que perdeu pelo menos US$ 500 milhões, embora a oposição duplique o valor e a suspeita de que a operação tenha sido atingida por práticas corruptas na estatal.

Mantega se limitou a repetir a versão do governo, segundo a qual a refinaria foi adquirida em 2006 em função do “mercado promissor” do setor petroleiro, mas que depois o cenário mudou, o que afetou uma operação que então parecia rentável. EFE

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