Cracolândia tem surto de tuberculose, denunciam ativistas do combate às drogas

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2014 16h40
SÃO PAULO, SP, 19.11.2014: CRACOLÂNDIA - Usuários de crack se aglomeram em torno de barracos reinstalados na cracolândia, na esquina das ruas Cleveland com Helvétia, no centro de São Paulo. (Foto: Apu Gomes/Folhapress) Apu Gomes/Folhapress Cracolândia surto de tuberculose

A região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo, está passando por um surto de tuberculose. Quem revela o caso são os ativistas pertecentes à organizações não governamentais e associações que atuam no local.

Com diversos prédios comerciais, algumas residências e próxima à Estação da Luz, a região tem um forte fluxo de pessoas, o que torna a situação preocupante, uma vez que a tuberculose é uma doença transmissível por vias aéreas. Seus bacilos podem ser transmitidos por meio das gotículas da saliva.

Em entrevista à repórter Izilda Alves, da Rádio Jovem Pan, o presidente da Associação Intervir para Dependentes Químicos, Alexandre Araújo, afirma que foi alertado do surto por seus colegas. “Eu fiquei surpreso ao chegar na cracolândia e meus amigos me alertaram dos perigos da tuberculose”,explica. “Isolaram as pessoas numa condição de imundice e financiam o uso de droga com 350 reais toda semana. As consequências disso é que hoje a cidade de São Paulo tem um foco grave da doença.”

*** Ouça a entrevista completa no áudio.

A situação pode piorar ainda mais. Segundo Araújo, os usuários de crack têm se espalhado pelo centro da cidade. “A cracolândia foi pulverizada, ela sai em torno da Rua Helvétia, tem uma parte no Glicério…Hoje a gente perdeu o controle das pequenas cracolândias que existem”, diz.

Quem corrobora com a informação é o diretor de Ações Públicas da Associação dos Moradores e Comerciantes do Bairro de Campos Elísios, Luiz Augusto de Oliveira Sales. “A situação aqui é assutadora. As pessoas estão preocupadas em conter esse surto, que já abate não só nos Campos Elísios mas também entra para o lado da Barra Funda, Bom Retiro e subindo”, diz.

Segundo Oliveira, a Associação tem comunicado constantemente a Prefeitura de SP sobre o caso, porém não recebeu nenhum retorno. “Ninguém responde nada, ninguém sabe da nada. Ficou um problema jogado, ninguém sabe o que vai acontecer”, afirma.

Segundo a prefeitura de São Paulo, houve aumento das equipes de Saúde que trabalham da região. Agora são 16 e não mais quatro grupos especializados. A  Administração do prefeito Fernando Haddad, no entanto, não reconhece que haja um surto, apenas que “aumento no número de casos é reflexo da ampliação do acesso ao tratamento por meio das equipes de Consultório na Rua”. 

 

 

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