Credores consideram “insuficiente” nova proposta grega
Bruxelas/Atenas, 9 jun (EFE).- Os credores internacionais consideraram nesta terça-feira “insuficiente” a nova proposta que receberam do governo grego para tentar estabelecer um compromisso que conduza a um acordo sobre as reformas e os ajustes que Atenas deve realizar para voltar a receber ajuda financeira.
Fontes da zona do euro disseram à Efe que a contraproposta do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, “não é suficiente” para que se chegue a um compromisso entre as partes.
Tsipras rejeitou na última quarta-feira a oferta da Comissão Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), por isso os credores esperavam desde a quinta-feira passada uma nova proposta alternativa.
A Comissão Europeia disse hoje que as três instituições estavam analisando as propostas de Atenas com diligência e cuidado.
O jornal grego “Kathimerini” citou hoje fontes europeias segundo as quais a nova proposta de Atenas contém elementos que já foram rechaçados no passado e não dá lugar a um “progresso construtivo”.
De acordo com a publicações, a Grécia revisou seus objetivos para o superávit primário e ao invés de 0,6% para este ano, agora propõe 0,75% do PIB. Já para 2016, no lugar de 1,5%, propõe 1,75%. As instituições tinham proposto 1% e 2%, respectivamente.
As fontes citadas pelo “Kathimerini” mostraram estranhamento que a Grécia tenha modificado os números levando-se em conta que era um ponto no qual as partes concordavam.
Em entrevista publicada hoje no jornal alemão “Der Tagesspiegel”, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, afirma que a Grécia fez uma oferta a respeito do superávit primário em cujo efeito ele pessoalmente não acredita, mas que foi feita “só para nos aproximar da posição deles (credores)”.
Em matéria de dívida, o texto do governo grego propõe que o Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) assuma os bônus gregos que estejam em poder do Banco Central Europeu e que vencem em julho e agosto.
Na entrevista em questão, Varoufakis explica que o que o governo propõe é poder pedir um crédito ao MEE pela mesma quantia que os bônus do BCE prestes a vencer – 6,7 bilhões de euros em julho e agosto e um total de 27 bilhões até o próximo ano.
Este crédito do MEE permitiria “transferir a dívida para o futuro” e possibilitaria que a Grécia voltasse aos mercados.
Segundo o “Kathimerini”, a proposta grega inclui ainda que seja possível utilizar os cerca de 11 bilhões de euros destinados inicialmente para a recapitalização dos bancos grego e agora devolvidos ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, e, por último, aumentar o teto de emissões das Letras do Tesouro, atualmente em 15 bilhões de euros. EFE
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