Credores definem proposta para Grécia para poder desbloquear ajuda ao país

  • Por Agencia EFE
  • 02/06/2015 17h44

Bruxelas, 2 jun (EFE).- Os credores internacionais da Grécia elaboraram uma proposta comum sobre o plano de reformas que consideram que deve ser aplicada pelo país para desbloquear a ajuda financeira pendente, uma oferta que apresentarão ao governo grego, indicaram nesta terça-feira fontes da zona do euro à Agência Efe.

“Há um documento conjunto” da Comissão Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), disseram as fontes, que não revelaram mais detalhes da proposta, que ainda não tem data definida para ser apresentada ao governo grego, embora a imprensa especule que isso pode acontecer na quarta-feira.

O Grupo de Trabalho do Euro, em que estão representados os “número dois” dos ministros de Economia e Finanças da zona do euro, terão amanhã uma conferência telefônica, mas várias fontes assinalaram que esta reunião já estava prevista, e que a oferta será apresentada em outro nível.

O fato de os credores terem acordado um plano comum reflete seu desejo de fechar um acordo que deveria ter sido fechado há um mês e significa que falam com “uma única voz” à Grécia e ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que acusou estas instituições de terem posturas diferentes durante as negociações, nas quais o FMI estava sendo mais duro nas exigências.

Tsipras apresentou hoje sua própria proposta aos credores, e garantiu se tratar de um programa completo de reformas em que fez concessões, e afirmou que agora a decisão está nas mãos dos líderes políticos europeus.

As fontes da zona do euro consultadas indicaram que o plano grego continua sendo “insuficiente e não é global”, como os credores exigem há semanas.

Ambas as partes esperam poder fechar esta mesma semana um acordo sobre as reformas que Atenas deve aplicar para poder finalizar a quinta e última revisão do resgate ao país e poder acessar os 7,2 bilhões de euros que ficaram bloqueados do segundo programa financeiro, prolongado em fevereiro em quatro meses, até 30 de junho.

No entanto, o fato de os credores julgarem insuficiente a última proposta grega e de eles terem feito outra oferta pode atrasar um acordo porque é preciso que a Grécia aceite as condições colocadas pelas instituições.

As duas partes são conscientes de que chegar a um acordo é urgente, levando em conta que Atenas precisará honrar um novo pagamento ao FMI.

A Grécia deverá abonar esta mesma semana uma primeira parcela de 300 milhões de euros ao FMI e, no total, precisa pagar este mês cerca de 1,6 bilhão de euros, mas por enquanto não pode contar com uma rápida injeção dos credores.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse hoje em entrevista à rede de televisão “RTL” que, até chegarem a um acordo não é tecnicamente possível haver um desembolso imediato.

Isto porque primeiro é preciso um acordo técnico, depois este deve ser aprovado no Eurogrupo e posteriormente a Grécia precisa começar a aplicar as reformas antes de poder aspirar a empréstimos, inclusive parciais. EFE

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