Cresce tensão entre governo argentino e sindicatos às vésperas de greve geral

  • Por Agencia EFE
  • 09/04/2014 16h04
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Buenos Aires, 9 abr (EFE).- Os sindicatos opositores ao Executivo de Cristina Kirchner se mostraram convencidos nesta quarta-feira que a greve geral de amanhã será “em massa” e negaram que a maioria dos argentinos rejeite a paralisação, como afirmou o governo nacional.

Em entrevista coletiva, o secretário-geral da ala opositora da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Hugo Moyano, denunciou que o governo “não dá resposta” às reivindicações dos trabalhadores e considerou que a greve terá grande adesão.

Entre as exigências dos grêmios estão melhorias salariais acima de 40% e um aumento do salário para pagar o Lucro, um imposto de renda que pesa sobre os trabalhadores na Argentina que ganham mais de 15 mil pesos mensais (cerca de R$ 3.700).

“Greve política? De que greve política estão me falando?”, perguntou Moyano em referência às declarações do titular da ala governista da CGT, Antonio Gíria, que se opõe à paralisação geral de 24 horas por considerar que “não é oportuno” realizá-la paralelamente à negociação dos convênios coletivos salariais.

Moyano, ex-aliado do kirchnerismo e hoje um de seus mais ferozes opositores, qualificou Gíria como “personagem lamentável” e lhe acusou de ter um discurso contraditório.

O Ministério do Trabalho argentino publicou um anúncio em meios de comunicação nacionais intitulado “Amanhã a maioria dos argentinos quer trabalhar”, no qual enumerou os grêmios que não se somam à greve, entre eles os de docentes, bancários, industriais e taxistas, e as atividades com serviços mínimos, como o atendimento hospitalar.

O chefe de gabinete do governo argentino, Jorge Capitanich, disse em entrevista coletiva, que é “impossível medir o apoio a uma greve se o resto dos trabalhadores que não quer aderir, não tem ônibus, trens nem metrô”, em referência à adesão do setor do transporte à greve.

A última greve geral convocada na Argentina, em novembro de 2012, teve uma alta adesão e paralisou grande parte do país. EFE

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