Crianças do MST exigem melhor educação durante protesto em Brasília

  • Por Agencia EFE
  • 12/02/2014 14h42

Brasília, 12 fev (EFE).- Ativistas do Movimento dos Sem Terra (MST), acompanhados por 750 crianças, se manifestaram nesta quarta-feira na frente ao Ministério da Educação (MEC) para exigir melhorias no ensino público nas regiões rurais.

“Viemos aqui para denunciar para a sociedade e para o governo o descaso com a educação”, declarou a jornalistas Márcia Ramos, membro do setor educacional do MST, que desde na segunda-feira passada reúne 16 mil ativistas em Brasília no marco de seu sexto Congresso Nacional.

As crianças, filhos de militantes, se instalaram na entrada principal do prédio do MEC, e desdobraram cartazes com críticas ao governo pela precariedade do ensino e pelo fechamento de escolas nas regiões rurais.

“Mais de 37 mil escolas do campo fechadas! E o MEC o que tem feito?”, podia ser lido em um dos cartazes.

A manifestação precede uma marcha que o MST pretende realizar hoje em Brasília para denunciar a “paralisação” dos planos de reforma agrária do governo, que, segundo o movimento, assentou somente 7.724 famílias em 2013. Os números contrastam com os dados divulgados pelo governo, que diz que no ano passado foram assentadas 30 mil famílias sem terras.

No entanto, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, se reuniu nesta segunda-feira com membros do MST, e admitiu que o grupo “possui razões” para reivindicar.

“O governo teve problemas para dar a velocidade desejada à reforma agrária”, declarou Carvalho, que assegurou que, apesar disso, a reforma agrária “não está paralisada”.

O ministro também avaliou diversas iniciativas do governo a favor do grupo, entre as quais citou programas mediante os quais todos os alimentos distribuídos nas escolas públicas são adquiridos dos pequenos agricultores.

Durante o sexto Congresso Nacional, que se encerra na próxima sexta-feira, o MST discutirá um projeto de “Reforma Agrária Popular” que pretende promover a partir deste ano.

De acordo com fontes do movimento, esse projeto contemplará a “necessidade de impulsionar a desapropriação” de terras que grandes fazendeiros mantêm ociosas, a fim de incluí-las nos planos de reforma agrária.

O projeto de “Reforma Agrária Popular” também exigirá que os sem terras tenham “maior acesso aos recursos naturais”, que se “modifique a matriz tecnológica do campo” a fim de proibir o uso de pesticidas tóxicos, e se apóie a produção de alimentos orgânicos. EFE

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