Cristãos iraquianos de Ninawa pedem proteção internacional

  • Por Agencia EFE
  • 06/08/2015 20h39
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Yasser Yunis.

Erbil (Iraque), 6 ago (EFE).- Centenas de cristãos iraquianos deslocados pediram proteção internacional nesta quinta-feira para as regiões onde vivem na província iraquiana de Ninawa, atualmente sob controle do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

Em duas manifestações na frente da Igreja Mar Youssef, no bairro de Ankawa, em Erbil, capital do Curdistão iraquiano, e na frente da sede da Organização das Nações Unidas (ONU) nessa cidade, eles exigiram a libertação de suas aldeias na região de Sahl Ninawa, de maioria cristã. Há um ano, membros do Estado Islâmico expulsaram 25 mil famílias cristãs assírias e aqueces da região.

“Os cristãos foram assassinados e expulsos de suas casas sem que tenham cometido qualquer crime e em meio ao silêncio de um governo (iraquiano) incapaz de salvar o que resta dessas famílias dentro do Iraque”, queixou-se em declarações à Agência Efe Sabah Seliua, ex-membro do Conselho provincial de Ninawa.

Por sua vez, um dirigente do Movimento Democrático Assírio, que preferiu não se identificar, explicou à Efe que os dois protestos de hoje foram feitos para pedir a Bagdá e à comunidade internacional proteção e o estabelecimento de uma área segura para os cristãos.

“Pedimos a libertação das nossas regiões do controle dos jihadistas para que nossas famílias possam voltar, já que a situação está insuportável. Da noite para o dia, passamos a viver em abrigos de emergência e temos números que mostram que mais de 150 mil cristãos fugiram da região”, ressaltou.

Suzan Yohana, uma ativista que participava das manifestações de Erbil, afirmou que as únicas opções dos cristãos são “emigrar ou enfrentar um destino incerto, pois todos os abandonaram”.

O bispo-mor Nicodemus Daoud, presidente dos cristãos sírios ortodoxos de Mossul e o Curdistão iraquiano, ressaltou que hoje também são lembrados os 82 anos do massacre de 3 mil cristãos.

“Para nós, a perseguição não é nada novo. O que lamentamos são os assassinatos e as deportações em tempos de democracia e dos direitos humanos”, disse o clérigo.

Ele ainda lamentou todos os roubos e saques que o Estado Islâmico fez há um ano em suas casas, igrejas e aldeias.

“Transformaram a catedral de Mar Faram, de Mossul, em uma mesquita. Deus pode aceitar o culto em um lugar usurpado e roubado?”, questionou.

Por último, ele agradeceu às autoridades curdas o amparado recebido.

“Se o Curdistão iraquiano não tivesse aberto suas postas para a gente, as famílias expulsas teriam morrido no deserto”, concluiu. EFE

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