Cristina comemora 12 anos de kirchnerismo durante ato pela Revolução de Maio

  • Por Agencia EFE
  • 25/05/2015 21h25

Buenos Aires, 25 mai (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, comemorou nesta segunda-feira o 205º aniversário da Revolução de Maio e os 12 anos da chegada do kirchnerismo ao poder com um grande ato em Buenos Aires, no qual pediu o “aprofundamento do modelo” instaurado por Néstor Kirchner em 2003.

“Somos o governo da transformação e da mudança. (…) Este processo de transformação de 12 anos deve ser aprofundado, deve continuar”, disse Cristina no imponente palco montado em frente à Casa Rosada, sede do Executivo, e perante uma Praça de Maio lotada principalmente por jovens militantes kirchneristas.

Cristina, que deixará a presidência no próximo mês de dezembro, quando completar seu segundo mandato, lembrou que há 12 anos seu marido, o falecido Néstor Kirchner, chegava à presidência prometendo “não deixar as convicções na porta da Casa Rosada”.

A presidente assegurou que Kirchner, falecido em outubro de 2010, pôs o “foco” em “reconstruir e juntar os pedaços de país” deixados após a crise econômica, política e social que explodiu no final de 2001.

“Deus sabe que o que sobrava nele (Kirchner) era coragem e decisão para levantar a autoestima de um povo que tinha sido pisoteado e humilhado”, declarou Cristina.

A presidente argentina destacou que Kirchner “disse não” ao projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e que, “contra todas as previsões, também se pôs contra uma moratória que não tinha declarado e encarou uma negociação com firmeza e responsabilidade”.

Em um discurso de mais de uma hora, Cristina lembrou ainda as “conquistas” dela e de seu antecessor em matéria de economia, emprego, infraestrutura, educação e cultura.

Também defendeu sua política em matéria de direitos humanos e disse que Kirchner, integrante de uma geração dizimada pela ditadura (1976-1983), saldou uma dívida com as vítimas da repressão.

“Forjamos uma nova identidade democrática. Os direitos humanos se incorporaram definitivamente a esta nova identidade democrática à qual ninguém pode renegar”, salientou a governante argentina.

Cristina comentou também que as “conquistas” obtidas nestes 12 anos “não foram fáceis” porque foram alvo de “críticas, injúrias e pauladas”.

A presidente afirmou ainda que estes foram os 12 anos “mais felizes” de sua vida e também os mais tristes, pela morte de Kirchner, mas ressaltou que, após a perda de seu “companheiro”, Deus lhe presenteou seus netos.

“Enquanto for presidente vou continuar defendendo os interesses do país. (…) Não tenho nada do que me envergonhar. Não tenho nenhuma conta no exterior que possam descobrir, como fizeram com outros”, enfatizou.

“Quero agradecer a todos os argentinos, aos que votaram em mim e também aos outros, porque sei que, no fundo, sabem que as coisas que fizemos eram importantes para todos. Pensem como estávamos em maio de 2003. Não estão um pouco melhor que em 2003?”, perguntou a governante.

Em coincidência com o duodécimo aniversário da chegada de Néstor Kirchner (2003-2007) à presidência, as celebrações pela Revolução de 25 de maio de 1810, o fato histórico que marcou o início de um processo que terminou com a declaração da independência do país em 1816, começaram na terça-feira passada.

Nas primeiras horas desta segunda-feira, Cristina Kirchner já havia participado de uma missa na Basílica de Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina.

Cristina, de 62 anos, sucedeu seu marido na presidência em dezembro de 2007 e deixará o governo no final deste ano para ser substituída por quem vencer as eleições do próximo mês de outubro. EFE

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