Cristina Kirchner e Raúl Castro se reúnem após chegada do papa a Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 20/09/2015 00h00

Havana, 19 set (EFE).- O presidente de Cuba, Raúl Castro, se reuniu neste sábado em Havana com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que se deslocou até a ilha para assistir amanhã à missa que o papa oficiará em Havana, que começou hoje sua visita pastoral ao país.

Em sua quarta visita oficial a Cuba, a presidente argentina e seu colega cubano conversaram sobre as excelentes relações entre os dois países e manifestaram seu desejo de continuar fortalecendo-as, segundo um relatório sobre o encontro transmitido pela televisão estatal.

Durante o encontro, Cristina e Castro também trataram outros temas da agenda regional e internacional, em particular, a importância dos processos de integração que se desenvolvem na América Latina e no Caribe.

Cristina Kirchner chegou este sábado à capital cubana acompanhada de uma pequena comitiva integrada pelo chanceler Héctor Timerman, o secretário de Culto Guillermo Olivieri, o porta-voz presidencial Alfredo Scoccimarro e o embaixador argentino no Vaticano, Eduardo Valdés, entre outros funcionários.

Em suas primeiras declarações à imprensa, a presidente ratificou seu apoio a Cuba contra o bloqueio econômico que os EUA aplicam ao país e considerou “um grande honra” participar de um “acontecimento histórico” como a missa que o papa Francisco rezará na Praça da Revolução de Havana neste domingo, à qual Cristina deve assistir.

“Sempre estaremos com Cuba contra o bloqueio econômico, comercial e financeiro. Não há país democrático da América Latina e no mundo que não repudie essa política dos Estados Unidos”, afirmou Cristina, que garantiu que “os muros e os bloqueios vão cair e quando não caem por ações nossas acabam caindo pelo peso da própria história”.

Este pronunciamento da presidente argentina aconteceu um dia depois que o governo dos EUA anunciou novas normas que ampliam a seus cidadãos as facilidades para viajar, fazer negócios, enviar remessas e prestar serviços de telecomunicações em Cuba, em um novo passo rumo ao relaxamento do bloqueio econômico que mantém vigente sobre Cuba.

Esta é a primeira visita de Cristina ao país, após o histórico processo de aproximação iniciado em dezembro de 2014 entre Cuba e EUA que levou ao restabelecimento das relações diplomáticas, depois de mais de cinco décadas de afastamento, com a reabertura em 20 de julho passado das respectivas embaixadas em Washington e Havana.

Meios oficiais cubanos ressaltaram a solidariedade do país com a Argentina em sua reivindicação pela soberania das Ilhas Malvinas e na batalha contra os fundos-abutre, no marco da Assembleia Geral das Nações Unidas e em outros foros regionais e internacionais, assim como os vínculos econômicos e a parceria entre ambas as nações nos setores de educação, saúde, esportes e científico-técnico.

Em Havana, a presidente argentina encontrará com Francisco pela sétima vez desde o início do pontificado de Jorge Mario Bergoglio, que antes de ser eleito papa no conclave de 2013 foi arcebispo da capital argentina.

A chefe de Estado argentina teve quatro audiências privadas e dois encontros em ocasião das excursões do papa pela América Latina, o mais recente durante uma das missas que Francisco celebrou no Paraguai.

Cristina disse que para ela é “um grande honra” estar em Cuba e participar de “um acontecimento histórico como o que vamos viver amanhã quando na Praça da Revolução o papa rezar missa para todos, não só para os cubanos, mas para o mundo”.

A presidente da Argentina esteve pela primeira vez em Cuba em 2009, depois voltou em janeiro de 2013 para se interessar pela saúde do presidente venezuelano, Hugo Chávez, quem morreu meses depois, e em 2014, participou da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) realizada em Havana. EFE

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